AC e AM voltam a ter elevação de casos de Covid-19, aponta Fiocruz

O Acre, ao lado do Amazonas, voltou aos indicadores com um aumento de casos de coronavírus, de acordo com nova edição do Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz, publicada na noite da última quinta-feira (22). O mesmo boletim também registrou sinais de estabilidade nos estados do Amapá, no Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rondônia.

O boletim também aponta para uma nova fase da pandemia no país. A proporção de internações entre idosos, que esteve em 27,2% na semana epidemiológica de 6 a 12 de junho e que atualmente é de 3 a 10 de julho, é de 31,8%. Naquela semana, foi registrada a menor porcentagem de idosos no número de óbitos (44,8%). Hoje, esse percentual alcança 58,2%. A maior parte dos óbitos por Covid-19 se concentra na faixa etária acima de 60 anos desde os dias 27 de junho e 3 de julho. Os dados mostram também redução de internações em leitos de terapia intensiva na faixa etária de 50 a 59 anos e uma interrupção no aumento na faixa de 40 a 49 anos.

A análise demográfica do Boletim desta quinzena traz comparações entre 3 a 9 de janeiro e de 3 a 10 de julho de 2021. Essa nova transição da idade na pandemia no Brasil é percebida por meio dos novos dados obtidos a partir do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SivepGripe), que apresentou idade média dos casos internados de 53 anos, versus idade média de 62,5 anos. A mediana de internações, ou seja, a idade que delimita a concentração de 50% dos casos, foi de 66 anos. Para óbitos, os valores médios foram 71,4 anos e 64,3 anos. Valores de mediana de óbitos foram, respectivamente, 73 e 65 anos.

“Convém ressaltar que houve uma inflexão na tendência de declínio. Para os casos, a média de idade das internações já chegou a 52,1 anos. Para os óbitos, a inflexão é mais evidente: a média da idade atingiu 59,4 anos. Entre 16 a 22 de maio e 20 a 26 de maio, a mediana esteve abaixo dos 60 anos. Desde 27 de maio a 3 de julho, a maioria dos casos voltou a se concentrar acima dos 60 anos”, ressaltam os especialistas.

Nas últimas duas semanas epidemiológicas, a trajetória descendente no número de casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) desacelerou. O aumento recente ou o registro de estabilidade em alguns estados sugere um quadro a ser monitorado, segundo os cientistas do Observatório. Nesse período também foi registrada uma queda tanto no número de casos novos (-2,1%), quanto no número de óbitos (-2,6%), tendência sustentada desde a análise das semanas anteriores. A taxa de letalidade foi mantida em torno de 3%.

O Boletim reafirma a importância do avanço da campanha de imunização para a persistência da melhora nos números da pandemia. “O avanço da vacinação no Brasil tem ocorrido de forma mais lenta do que desejável. Ainda assim, a melhoria do quadro pandêmico no país é uma consequência direta do aumento no número de imunizados”, afirmam os pesquisadores.

Nos estados das regiões Sul e Centro-Oeste, em São Paulo, Minas Gerais, e no Amapá, as taxas de incidência são extremamente altas, maiores que 10 casos por 100 mil habitantes. A maior parte das regiões Norte e Nordeste e o Rio de Janeiro encontram-se em níveis muito altos, ou seja, com valores entre 5 e 10 casos por 100 mil habitantes. Já no Espírito Santo e em Roraima observaram-se taxas de incidência um pouco inferiores, mas ainda consideradas altas.

Não houve aumento das taxas de incidência ou mortalidade em nenhum estado. Ao contrário, houve redução expressiva no número de casos no Rio Grande do Norte, Rondônia e Alagoas. A redução no número de óbitos foi expressiva no Piauí, Acre, Pará e Sergipe. Estes e outros dados para monitoramento da pandemia em estados e municípios podem ser acessados pelo sistema MonitoraCovid-19.

As maiores taxas de incidência de Covid-19 no período das últimas duas semanas foram observadas nos estados de Roraima, Mato Grosso e Santa Catarina. Paraná, Mato Grosso e São Paulo, que apresentam as maiores taxas de mortalidade pela doença. As maiores taxas de letalidade foram registradas no Rio de Janeiro (5,7%), São Paulo (3,4%), Amazonas (3,4%) e Pernambuco (3,1%).

“Os valores elevados de letalidade revelam falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde nesses estados, como a insuficiência de testes diagnóstico, da triagem de infectados e seus contatos, identificação de grupos vulneráveis, bem como a incapacidade de se identificar e tratar adequadamente os casos graves de Covid-19”, afirmam os cientistas do Observatório Covid-19 Fiocruz.

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