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Acre confirma quase 70 casos da variante Gama e tem 90 suspeitas; veja gravidade

Por EVERTON DAMASCENO, DO CONTILNET

Foto: reprodução

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) confirmou nesta sexta-feira (9) que o Acre registrou 68 casos da variante Gama do coronavírus.

As amostras enviadas ao laboratório do Instituto Evandro Chagas (IEC) foram coletadas entre janeiro e março deste ano.

Os primeiros casos foram identificados em Santa Rosa do Purus, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul.

Um novo lote com outras mais de 90 amostras suspeitas da variante foram enviadas para o mesmo laboratório, em Belém do Pará.

Até o momento, não existem casos confirmados da variante Delta.

O que é a variante Gama? 

Trata-se da variante descoberta no fim do ano passado em japoneses que voltavam do Amazonas.

Comportamento: Mais transmissível, tanto que devastou o país entre março e abril e ainda está fazendo estragos. Estudos apontam uma taxa de ataque (quantas pessoas um indivíduo doente infecta) semelhante à da variante Alfa, entre 1,6 e 1,4, ante 0,8 do Sars-CoV-2 “original”. Pode escapar dos anticorpos adquiridos em contatos anteriores com outras linhagens do vírus. A redução da ação deles é considerada moderada, mas já abre caminho para a reinfecção.

Agora, a questão da severidade é um mistério. Dados até apontam que ela pode, sim, ser mais letal e aumentar o risco de internação, mas não dá para saber se é culpa da variante ou de outros fatores.

“Tivemos 70% dos óbitos da pandemia no país nos últimos meses, com a predominância da Gama, mas isso pode ter acontecido mais por conta da combinação de alta transmissibilidade e baixa adesão às medidas restritivas, que permite que mais gente se contamine”, aponta o virologista Fernando Spilki, coordenador da Rede Corona Ômica, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI).

Resposta às vacinas: Pesquisas indicam que a Coronavac, do Butantan, manteve sua capacidade de proteção em locais onde a Gama já estava disseminada. A Fiocruz anunciou que a Covishield (AstraZeneca) também faz frente à mutante. Ensaios de neutralização (quando os anticorpos são testados in vitro), trazem ainda resultados positivos da Comirnaty (Pfizer), que devem se confirmar no mundo real.

Situação epidemiológica: Calcula-se que seja responsável por nove em cada dez casos de Covid-19 no país. Suas características fazem com que ela até agora vença a concorrência, tanto que ainda não tivemos uma grande penetração das variantes importadas.

Com informações da revista Abril. 

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