20 de abril de 2024

Bonito é a cidade brasileira que mais desmatou a Mata Atlântica entre 2019 e 2020, aponta Fundação

Bonito (MS) é a cidade brasileira que mais desmatou área da Mata Atlântica, no Brasil. A cidade conhecida pelo ecoturismo e rios translúcidos perdeu 416 hectares do bioma entre os anos de 2019 e 2020, de acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica.

Os dados relacionados ao desmatamento do bioma em Bonito assustam os especialistas. Ainda conforme a os dados da Fundação, a taxa de desflorestamento da Mata Atlântica cresceu 150% de 2019 para 2020, saltando de 166 para 416 hectares devastados.

Dados apontam que a região de Mata Atlântica em Bonito possui mais de 39 mil hectares. — Foto: SOS Mata Atlântica/Reprodução

Dados apontam que a região de Mata Atlântica em Bonito possui mais de 39 mil hectares. — Foto: SOS Mata Atlântica/Reprodução

O número total de área desmatada em Bonito, apresentado pela SOS Mata Atlântica, exemplificando, demonstra que o município perdeu mais de um campo de futebol por dia de terras do bioma. O diretor de Conhecimento da Fundação, Fernando Guedes Pinto, fala que a devastação afeta de forma direta as pessoas que vivem nas cidades afetadas.

“Além de fazer com que as cidades se tornem cada vez mais quentes, a redução das áreas verdes ameaça a disponibilidade e a qualidade da água. A crise hídrica que vivemos hoje é um reflexo disso. No caso de Bonito os danos podem ser ainda graves, pois coloca em risco o turismo que move a economia da cidade”, pontua Fernando.

Outro município de Mato Grosso do Sul está no ranking das 10 cidades do Brasil que mais desmataram o bioma. Miranda (MS) está em 8º lugar, com 219 hectares devastados entre 2019 e 2020. De um ano para o outro, conforme os dados da SOS Mata Atlântica, o bioma perdeu 265% a mais de área, na cidade sul-mato-grossense.

Miranda (MS) está em 8º lugar no ranking de cidades que mais desmata o bioma no Brasil. — Foto: SOS Mata Atlântica/Reprodução

Miranda (MS) está em 8º lugar no ranking de cidades que mais desmata o bioma no Brasil. — Foto: SOS Mata Atlântica/Reprodução

G1 procurou a prefeitura de Bonito, que não se posicionou quanto ao assunto. O secretário municipal de Meio Ambiente de Miranda, Ricardo Nino, fala que na cidade, as questões de fiscalização da Mata Atlântica são licenciadas pelo governo estadual. Nino disse que na câmara de vereadores de Miranda está tramitando a descentralização da política pública de fiscalização do estado, pedindo para que as ações sejam de responsabilidade do município.

Desmatamento da Mata Atlântica no Brasil:

 

Mata Atlântica serviu como base para o estudo pioneiro na floresta tropical — Foto: Nacho Villar/Arquivo Pessoal

Mata Atlântica serviu como base para o estudo pioneiro na floresta tropical — Foto: Nacho Villar/Arquivo Pessoal

A pesquisa aponta que os estados de Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso do Sul concentram os dez municípios que mais devastaram a cobertura vegetal. Veja lista abaixo:

  1. Bonito (MS) – perdeu 416 hectares;
  2. Águas Vermelhas (MG) – perdeu 369 hectares;
  3. Wanderley (BA) – perde 350 hectares;
  4. Montalvânia (MG) – perdeu 286 hectares;
  5. Pedra-Azul (MG) – perdeu 286 hectares;
  6. Cotegipe (BA) – perdeu 273 hectares;
  7. Ponto dos Volantes (MG) perdeu 220 hectares;
  8. Miranda (MS) perdeu 219 hectares;
  9. Encruzilhada (BA) perdeu 175 hectares;
  10. Francisco Sá (MG) perdeu 166 hectares.

Conforme os dados do Atlas dos Municípios da Mapa Atlântica, dos 3.429 municípios que compõem a Mata Atlântica, 439 desmataram o bioma entre 2019 e 2020 – somando 13.053 hectares desflorestados.

Do total desmatado, 70% se concentram em apenas 100 municípios de nove estados (MS, MG, BA, PI, PR, SC, SP, SE, RJ). O estudo realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica tem parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, unidade vinculada ao Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação (INPE/MCTI).

“Qualquer área desmatada na Mata Atlântica, por menor que possa parecer, é uma perda enorme. Não só deveríamos ter parado de destruí-la como já precisávamos ter dado um passo além, que é reverter parte das áreas degradadas por meio do reflorestamento”, finaliza Fernando.

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