Caçado pela Interpol, chefe do Primeiro Comando da Capital é condenado a 6 anos

Apontado como chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital) na Baixada Santista e caçado pelas polícias de São Paulo e do Ceará e pela Interpol (polícia internacional), Erick Machado Santos, 37, o Neguinho Rick, foi julgado à revelia e condenado no último dia 13 a seis a anos e seis meses por associação à organização criminosa.

A pena foi aplicada pelo juiz Edmilson Rosa dos Santos, da 3ª Vara Criminal do Guarujá. Na sentença, o magistrado menciona que, em meados de 2016, as conversas telefônicas de Neguinho Rick foram interceptadas e os diálagos mostraram que ele era a principal liderança do PCC na Baixada Santista.

Outros cinco réus já haviam sido condenados por associação ao tráfico de drogas e organização criminosa. O processo contra Neguinho Rick foi desmembrado pela Justiça. Como ele se encontra foragido, acabou julgado à revelia.

UOL não conseguiu contato com o advogado de Neguinho Rick. Nas alegações finais, a defesa dele sustentou no autos que ao longo do processo não foram produzidas provas concretas contra o acusado e que houve apenas meras suposições e informações inconsistentes.

No estado de São Paulo, Neguinho Rick foi visto por policiais pela última vez em 19 de maio de 2016. Ele foi baleado no rosto em circunstâncias não esclarecidas e procurou atendimento médico no Hospital Santo Amaro, no Guarujá, onde apresentou documento falso em nome de Luiz Fernando dos Santos.

Os investigadores Nei Gomes de Andrade e Carlos Mota receberam a informação de que um homem baleado havia dado entrada no hospital e foram ao local checar. Neguinho Rick disse aos policiais que havia sofrido uma queda e mostrou a carteira de identidade falsificada.

Andrade tirou uma foto do documento. O investigador ligou para a delegacia onde trabalhava para pedir mais informações aos colegas de plantão. Porém, ninguém atendeu às ligações e ele e Mota voltaram ao distrito policial para fazer pesquisa mais detalhada.

A foto do documento falsificado foi mostrada para o policial Paulo Carvalhal, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e ele reconheceu a foto como sendo de Neguinho Rick. Logo em seguida, a polícia foi avisada que o homem baleado no rosto havia fugido do hospital

Gegê do Mangue e Paca

Neguinho Rick também é procurado pela Polícia Civil do Ceará. Ele é acusado de ter participado dos assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, em fevereiro de 2018 na aldeia indígena de Aquiraz, região metropolitana de Fortaleza.

Ambos eram da alta cúpula do PCC e, segundo o Ministério Público do Estado de São Paulo, foram mortos a mando do narcotraficante Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, apontado como braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, 53, o Marcola, tido como líder máximo da facção.

Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, assassinado a mando de Marcola em fevereiro de 2018 - Reprodução - Reprodução

Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, assassinado em fevereiro de 2018/Imagem: Reprodução

A Polícia Civil do Ceará apurou que as mortes de Gegê e Paca foram planejadas e coordenadas por Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro. Ele foi assassinado uma semana depois no Tatuapé, bairro da zona leste de São Paulo.

Neguinho Rick, Cabelo Duro e outras três pessoas acusadas de envolvimento nas mortes de Gegê do Mangue e Paca se hospedaram em um hotel em Fortaleza dias antes do crime. Câmeras de segurança filmaram todos eles no dia do chek-in.

Algumas horas após o assassinato, ocorrido em 15 de fevereiro de 2018, Neguinho Rick e os comparsas retornaram para São Paulo. Foi a última vez que o chefe do PCC na Baixada Santista foi visto no Ceará.

No hotel em Fortaleza, o criminoso também se hospedou com documento falso em nome de Luiz Fernando dos Santos. Neguinho Rick teve a prisão preventiva decretada pela Justiça do Ceará, por causa do duplo homicídio, e pela Justiça de São Paulo, na condenação por associação criminosa.

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Caçado pela Interpol, chefe do Primeiro Comando da Capital é condenado a 6 anos