Colchões aduridos pela Prefeitura de Rio Branco, inclusive com dispensa de licitação junto a uma empresa do Paraná, para atender a desabrigados pelas enchente no início do ano, não foram distribuídos e continuam armazenados no prédio que serviu de comitê de campanha do então candidato Tião Bocalom. Denúncia neste sentido foi feita pelo vereador Fábio Araújo (PDT) durante sessão remota da Câmara Municipal de Rio Branco, nesta quinta-feira (15).
“Passamos por um momento difícil na nossa cidade no início do ano com famílias desabrigadas e foram feitos investimentos do governo federal, destinando recursos públicos para o Município auxiliar a população”, disse o vereador. “A Prefeitura fez uma dispensa de licitação para compra de 3.863 colchões de uma empresa da cidade de Arapongas, no Paraná, a Bruno do Espírito Santo Pierrin – Indústria e Comércio de Espuma, no valor total de R$ 965,75 mil e a dúvida que trago para esta Casa é por que boa parte destes colchões ainda está armazenado, em um prédio particular, onde foi comitê do Bocalom, próximo ao Skate Park?”, questionou o vereador.
Apresentando imagens do local onde estão os colchões mencionados, Fábio Araújo indagou ainda a doação destes colchões, recentemente, para moradores do Quixadá, que como lembrou deveriam ter sido doados para as famílias atingidas pela alagação. O parlamentar apresentou requerimento ao coordenador da Defesa Civil Municipal cópia do processo e do contrato dessa compra com dispensa de licitação e da prestação de contas de quem recebeu os referidos colchões.
O prefeito Tião Bocalom não tem líder na Câmara Municipal e os vereadores de seu Partido, o PP, também não comentaram as denúncias. O diretor de comunicação da Prefeitura, Ailton oliveira, disse que não teria maiores detalhes sobre o assunto mas estranhou o local onde os colchões estariam armazenados. “O local do comitê de campanha não faz parte da gestão”, disse. “Vou me inteirar do assunto e mais tarde me posicionarei”, disse.
Em nota, a Defesa Civil respondeu acusação do vereador
A Defesa Civil do Município de Rio Branco adquiriu 3.800 colchões, conforme a lei exige, para serem distribuídos às famílias atingidas pela enxurrada dos igarapés e cheia do Rio Acre. Enquanto os colchões não chegavam, foi acordado com a administração da Arena da Floresta ( por meio de ofício) que os produtos ficariam lá até serem disponibilizados a essas famílias. Antes de os colchões chegarem até Rio Branco, a administração da Arena desfez o acordo e a Defesa civil, conseguiu, por meio de uma solidária cortesia do dono do prédio onde era a loja Paris Dakar, que 2.800 colchões fossem armazenados no local.
Atualmente, existem 500 colchões, visto que as famílias atingidas pelo desastre natural e cadastradas, receberam ajuda humanitária com entrega não apenas de colchões, mas também de outros produtos.