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Comunista histórico, Chagas Batista comemora 36 anos de militância no PCdoB

Por TIÃO MAIA, PARA CONTILNET

Militante político em tempo integral, o ex-vereador e ex-vice-prefeito Francisco das Chagas Batista, de 59 anos, solteiro mas pai de quatro filhos, natural de Tarauacá, um filho de seringueiro nascido nas florestas da região conhecida como Alto Tarauacá, está completando, agora em julho de 2021, 36 anos filiação ao PCdoB (Partido Comunista do Brasil). O PCdoB é aquele cujos símbolos são uma foice e um martelo sob uma bandeira vermelha, cujas marcas, para os conservadores, são algo próximos às coisas demoníacas.

Por isso, o velho militante diz que tais símbolos às vezes pesam uma tonelada, mas há tempos em que, segundo ele, têm a leveza de uma pluma. “Assim, cheguei até aqui, entre o sol e chuva”, disse Batista, que foi candidato derrotado pelo Partido à Prefeitura de Tarauacá, em 2020. “Já perdi eleições para prefeito por um ponto percentual. As pessoas dizem que o peso da foice e do martelo me impede de chegar na frente. Concordo. Uma eleição tem muitos interesses inescrupulosos envolvidos”, acrescentou.

Chagas Batista no ano de filiação ao PCdoB, 1985 / Foto: Arquivo Pessoal

Batista foi vereador por Tarauacá por três mandatos seguidos a partir de 1992. Também foi vice-prefeito de 2014 a 2018 e concorreu em outras três eleições, perdendo por poucos votos. Com o PCdoB correndo risco de ser extinto por conta da cláusula de barreira no Congresso Nacional, cuja legislação eleitoral impõe a extinção de pequenos partidos que não tenham alcançado 5% do eleitorado do país em eleição anterior, como é o caso da sigla centenária, já valendo para 2022, o velho comunista, como os demais, deve procurar outras siglas para se aliançar.

Comunista acreano ao lado de Lula e Haroldo Lima, dirigente histórico do PCdoB/ Foto: Arquivo Pessoal

Chagas Batista lembra-se que filiou-se com um grupo de amigos no coreto da Praça Central de Tarauacá, numa tarde quente de julho de 1985.

“Daqueles jovens amigos que embarcaram comigo nessa viagem no dia 20 de julho de 1985, no coreto da Praça Tarauacá, cheios de esperanças e fé, muitos já se mandaram. Uns morreram, outros correram”, disse o militante.

Por fim, Batista cita a canção de Belchior, segundo o qual, aquele que transava música e que embarcara com ele, certamente para Paris, “cheio de esperança e fé”, também já se mandou. “Mas ainda faz sol na América do Sul”, diz a canção cuja frase é repetida pelo militante comunista. “Minha teimosia em escolher o lado da história mais justo e não o mais fácil, me fez o que sou. A noite fria me ensinou a amar mais o meu dia. Me dizem que ainda faz sol na América do Sul”, canta.

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