Essa é uma das conclusões de um trabalho assinado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que realizou essas contas no final de fevereiro.
O assunto voltou aos holofotes nos últimos dias, em razão dos depoimentos da CPI da Covid e das denúncias de corrupção nas negociações de compras de vacinas.
Em 24 de junho, o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), declarou no Senado Federal que “o atraso na compra das vacinas da Pfizer e da CoronaVac resultou em 95,5 mil mortes”.
“Outros pesquisadores, usando um método inclusive mais robusto que o nosso, estimaram 145 mil mortes especificamente pela falta de aquisição de vacinas tempestivamente pelo Governo Federal”, disse o pesquisador na CPI.
No dia seguinte, a sessão que ouviu os irmãos Luis Miranda (DEM-DF), deputado federal, e Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, foi marcada pelo detalhamento das acusações de pressão para compra de vacinas que sequer haviam finalizado os estudos clínicos, enquanto a negociação de imunizantes de outros fornecedores se arrastou por semanas ou até meses.
Nos últimos dias, o jornal Folha de S.Paulo revelou um novo episódio, em que um suposto representante de uma empresa americana afirma que funcionários do Ministério da Saúde teriam “cobrado” um extra de US$ 1 (R$ 5) por dose para fechar a compra de 400 milhões de unidades da vacina da AstraZeneca.
Diante de tantos fatos, vem a pergunta: o que poderia ter acontecido com a pandemia no Brasil se a aquisição de vacinas tivesse sido feita sem atrasos e percalços, para que a campanha se iniciasse com antecedência?
Os cálculos indicam que muitas vidas poderiam ter sido salvas.
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