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CPI ouve ex-diretor da Saúde que teria pedido propina durante compra das vacinas

Por AGÊNCIA O GLOBO

MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL

A CPI da Covid ouvirá nesta quarta-feira o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, exonerado logo após se tornar pública a denúncia de que teria pedido propina para autorizar a compra da vacina AstraZeneca pelo governo federal . Ele nega a acusação.

A denúncia foi feita pelo policial militar Luiz Paulo Dominghetti , que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, com sede nos Estados Unidos. Em depoimento à CPI, ele afirmou ter recebido um pedido de propina para a compra de 400 milhões de doses do imunizante. Segundo Dominghetti, Dias teria cobrado US$ 1 por dose.

Apontado como indicação do deputado Ricardo Barros (PP-PR) e do ex-deputado Abelardo Lupion, Dias é considerado peça-chave para desvendar detalhes de denúncias dos dois supostos esquemas de propina na compra de vacina pelo Ministério da Saúde, envolvendo as doses da AstraZeneca oferecidas por Luiz Dominghetti e a indiana Covaxin, produzida pela Bharat Biotech, o imunizante mais caro negociado pelo governo até agora.

As negociações para aquisição da Covaxin são investigadas pela CPI da Covid, pelo Ministério Público Federal, pela Polícia Federal e pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Além de ouvir Dias, a CPI da Covid deve votar nesta quarta 60 requerimentos — entre eles o de convocação de Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O pedido é assinado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão.

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