Haddad rasga o verbo e diz que Congresso liderado pelo centrão é ‘atraso de vida’

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), declarou, nesta quarta-feira (21), que hoje são os partidos do centrão que governam o Brasil. Segundo ele, a configuração do Congresso Nacional é um “atraso de vida”.

“Se a democracia vencer em 2022, podemos fazer uma grande reflexão sobre que tipo de governo avançado, moderno, é possível no país. Basta olhar para o Congresso para ver que os limites são enormes. Aquele Congresso é um atraso de vida impressionante”, disse Haddad em entrevista ao UOL.

Para o petista, que chegou a disputar o segundo turno das eleições presidenciais em 2018, o “centrão está no paraíso, no que entendem. Agora o projeto é deles, eles estão desenhando o país à sua imagem”.

“Depois de tudo que remamos, onde fomos parar? Na praia do passado, que queríamos ter superado. De coadjuvante virou ator principal. Ciro Nogueira. Arthur Lira, Ricardo Barros… Essa gente que está mandando no país ou não? Eles vão estar na base de Bolsonaro até o fim. Eu apostaria inclusive que Bolsonaro deve se filiar ao PP”, continuou, citando o líder do centrão no Senado e possível novo ministro da Casa Civil, o presidente da Câmara e o líder do governo na Câmara.

Apesar das duras críticas, Haddad defendeu o sistema de governo presidencialista, e frisou que “a representação não tem nada a ver com o Congresso”. O debate ganhou centralidade nas últimas semanas, após a reportagem do jornal O Estado de São Paulo revelar que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), articula com aliados a mudança de sistema político através de uma PEC (proposta de emenda à Constituição).

“Não gosto de solução parlamentarista no Brasil, acho que a escolha plebiscitária do chefe é uma forma de dialogar de forma adequada”, disse ainda Fernando Haddad, que foi questionado sobre a possível candidatura ao governo de São Paulo. O político, no entanto, não deu certeza sobre a pré-candidatura.

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