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Márcio Bittar admite ser candidato a governador em 22: “se o presidente me pedir, eu aceito na hora”

Por TIÃO MAIA, PARA CONTILNET

Foto: ascom

A declaração foi feita em entrevista exclusiva ao ContilNet, neste domingo (04), pelo senador Márcio Bittar (MDB-AC) ao se referir à possibilidade de vir a concorrer ao governo do Estado nas eleições de 2022 a partir de um pedido de Jair Bolsonaro. “Mas isso não vai acontecer porque nosso projeto é pelo Legislativo”, acrescentou.

O senador disse que, ao lado do senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ), filho do presidente, faz parte de um projeto que busca a eleição de pelo menos dez senadores no país, no próximo ano. O projeto visa a criação de uma bancada forte e numerosa no Senado afinada com os ideais do bolsonarismo para a revisão do arcabouço jurídico que, segundo Márcio Bittar, engessa o país. “Não há possibilidade de o país avançar do ponto de vista econômico se não mudarmos a legislação, promovendo mudanças constitucionais que permitam ao país a destravar sua economia”, disse.

É neste contexto que surge a candidatura da professora Márcia Bittar. Márcio Bittar e Flávio Bolsonaro mapearam o país em busca de candidatos ao Senado com potencial de eleição e que tenham afinidades com os ideais de Bolsonaro. O Acre, com Márcia Bittar, faz parte desta lista dos dez estados com essas condições e por isso a candidatura da professora, que ainda não tem partido, está mantida. Ela deve se filiar ao Partido para o qual Jair Bolsonaro for a fim de candidatar-se à reeleição. Márcia Bittar, neste caso, seria candidata ao Senado mesmo não fazendo parte da chapa do governador Gladson Cameli, que deve ser candidato à reeleição. Filiado ao PP, o governador deve ter como companheira de chapa a atual senadora Mailza Gomes, que deve ser candidata à reeleição.

“Primeiro, quero deixar bem claro que eu respeito muito o PP e a senadora Mailza. Gosto dela e da família dela e reconheço que o PP foi um Partido muito importante e firme na minha campanha para o Senado. Além de querer bem à turma do PP, reconheço a legitimidade do Partido ao tomar a posição que tomou”, disse Márcio Bittar ao falar da reunião do Partido que sacramentou apoio à reeleição de Gladson Cameli e de Mailza Gomes. “Por isso, longe de mim querer questionar ou fazer qualquer tipo de reclamação em relação a isso. Apenas o PP tomou sua posição e comunicou e eu repito o que é uma posição legítima. É claro que, ao tomar uma decisão dessas, fazem com que eu busque alternativas. Isso é natural. O PP, no ano passado, nas eleições municipais, deu provas de que é um Partido organizado e disciplinado ao se negar ir para uma candidatura afiançada pelo governador para manter-se firme com a candidatura de Tião Bocalom. Eu respeito essas tomadas de decisões mas vou procurar meu caminho”, afirmou.

Márcio Bittar disse ainda que esta tomada de posição não significa rompimento com o governador Gladson Cameli. “Minha relação com o governo Gladson não vai mudar em nada. Vou continuar lutando para trazer recursos para o Acre, principalmente para o Governo Gladson. Ele é meu amigo, gosto dele. Continuo com a mesma impressão de antes. O acho um bom rapaz, um homem público bem intencionado e que foi fundamental para a gente vencer os 20 anos de florestania do PT no Acre. Minha relação com o Estado e seu Governo é a mesma, nada muda”, disse. “Estabeleci uma relação com o governador muito tranquila, desde sempre. Reconheço que ele é o governador, o chefe do governo e a ele cabe a decisão final. Eu posso dar qualquer opinião mas a decisão final é dele. Assim como ocorre no meu gabinete. Ele tem todo o direito de me dar qualquer opinião mas a palavra final será sempre a minha. Nada do que acontecer na política partidária no Acre muda minha relação com o Estado”.

Sobre a possibilidade de o MDB vir reivindicando a possibilidade de ter candidatos próprios, com o lançamento de nomes até para o Senado, Márcio Bittar disse que isso também é legítimo. “Eu disse isso inclusive numa reunião do MDB. Não tenho nada conta. Se, por exemplo, a Jéssica (deputada federal Jéssica Sales) quiser mesmo ser candidata ao Governo, ela tem meu apoio. Reconheço legitimidade nela, talento e competência. Eu disse na reunião do MDB, com todo o carinho, para a Jéssica, para o Roberto (Duarte, deputado estadual) e para todo o MDB, a quem tenho carinho e respeito, que respeito a posição deles, mas disse também que tenho uma pré-candidata ao Senado e que é um projeto nacional. Espero que estejamos juntos”, se referindo à Márcia Bittar.

A pré-candidatura dela, segundo Márcio Bittar, nasceu em 2019, de um projeto nacional, a partir da constatação do presidente Bolsonaro de que, para levar adiante uma pauta de mudanças, na questão da Segurança Pública, da Educação, n uma agenda econômica, para aprofundarmos qualquer coisa, tínhamos que mudar a correlação de forças, especialmente no Senado”. No caso específico – prossegue o senador – da questão ambiental, algo que eu venho dizendo há décadas, se a gente não tiver alguma flexibilização em algumas obras de infraestrutura no Estado, nós vamos nos eternizar pobres. Não mudamos nada com o Senado que temos. A candidatura dela nasce desta necessidade. A mudança de mentalidade nacional, para mim, é o mais importante. A eleição nacional é o mais importante de tudo O Acre não vai para lugar nenhum se não for com ajuda do Governo Federal e se não houver mudanças nas leis, continuaremos pobres porque precisamos tanto de mudanças de leis como de verbas. Então essa eleição para o Senado é muito importante. Claro que a gente respeita a decisão do PP mas – e isso não é segredo para ninguém – que gostaríamos que a candidatura da Márcia estivesse casada com a do Gladson. Mas, se não é possível, a decisão do PP é para ser respeitada porque ninguém tem o direito de questionar a decisão do PP”, disse Márcio Bittar.

Sobre a participação ou não do MDB no Governo de Gladson Cameli, Bittar acrescentou que esta é agora uma relação que volta ao seu leito natural. “Assumi, indicado por nossa Executiva, a missão de fazer uma reaproximação com o governo Gladson. Essa coisa caminhou mas não estava muito a contento, para nenhuma das partes, e aí devolvi, o que eu acho natural, a bola ao capitão do time, que é o deputado federal Flaviano Melo, aquele que tem a legitimidade de fato e de direito de conduzir o partido. Então, essa questão de fica ou não fica (no governo) é com o Flaviano. O que eu acho é que temos várias pessoas que trabalharam pela eleição do Gladson, pela minha, do Petecão e de todo nós, que estão no Governo e não sou eu que vou pedir a eles que se demitam. Esta é uma questão do governo e do governador”, disse.

E, pela primeira vez, Márcio Bittar admitiu que pode vir a ser candidato a governador do Estado em 2022. “Não tenha dúvidas de que se o presidente Bolsonaro me pede para ser candidato a governador, eu aceitaria na hora”, disse. “Só que isso não vai acontecer. O interesse maior do presidente Bolsonaro e do Governo Federal é fazer uma mudança na correlação e forças no Senado. Para isso, venho ajudando a mapear, pelo Brasil a fora, os estados onde a gente tenha condições de eleger um senador ligado aos ideais do governo federal”, afirmou.

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