Mario Frias diz que Museu da Língua Portuguesa vandaliza cultura ao usar ‘todes’

O secretário especial da Cultura, Mario Frias, condenou o uso do pronome neutro “todes” pela redes sociais oficiais do Museu de Língua Portuguesa.

“O Governo Federal investiu R$ 56 milhões nas obras do Museu da Língua Portuguesa, para preservarmos o nosso patrimônio cultural, que depende da preservação da nossa língua. Não aceitarei que esse investimento sirva para que agentes públicos brinquem de revolução”, postou Frias no Twitter. “Tomarei medidas para impedir que usem o dinheiro público federal para suas piruetas ideológicas. Se o governo paulista se comporta como militante, vandalizando nossa cultura, não o fará com verba federal.”

O Museu da Língua Portuguesa causou polêmica ao adotar a escrita de pronome neutro (sem gênero) em seus perfis nas redes sociais. Em 12 de julho, a instituição fez um post em que aparece escrito o termo “todes”, apesar de ele ser inexistente nas normas oficiais do idioma.

“Nesta nova fase do MLP, a vírgula –uma pausa ligeira, respiro– representa o recomeço de um espaço aberto à reflexão, inclusão e um chamamento para todas, todos e todes os falantes, ou não, do nosso idioma: venham, voltamos”, diz a publicação. Sempre que há polêmicas envolvendo gênero, sexualidade e pautas mais ligadas à esquerda, Mario Frias costuma fazer barulho nas redes sociais.

Recentemente, um festival de jazz na Bahia recebeu sinal vermelho para captar recursos via Lei Rouanet, num documento carregado de referências religiosas. Além disso, o festival barrado da Rouanet havia se posicionado como “antifascista e pela democracia” nas redes sociais –e isso foi apontado pelo parecer como um ponto decisivo para a negativa. “Enquanto eu for Secretário Especial da Cultura ela será resgatada desse sequestro político/ideológico!”, afirmou Mario Frias nas redes sociais.

A gestão do ex-“Malhação” ainda foi responsável recentemente por um expurgo de livros entendidos pelo governo como problemáticos da Fundação Cultural Palmares –parte do material foi dividido em grupos como “iconografia delinquencial”, “sexualização de crianças” e “livros de e sobre Karl Marx”.

Frias e seu secretário de Fomento, André Porciuncula, participaram de lives direcionadas a artistas cristãos, dando dicas sobre Lei Rouanet. Tanto o mecanismo de fomento quanto a Agência Nacional do Cinema têm andado em marcha lenta nos últimos tempos, o que é atribuído pelo governo a prestações de contas atrasadas.

Quando uma live de temática LGBT foi cancelada na véspera pela prefeitura de Itajaí, em Santa Catarina, Frias comemorou. O uso do pronome neutro gerou críticas e elogios ao Museu da Língua Portuguesa, que, em nota, afirmou se propor “a ser um espaço para a discussão do idioma, suas variações e mudanças incorporadas ao longo do tempo”.

“Estamos sempre na perspectiva de valorizar os falares do cotidiano e observar como eles se relacionam com aspectos socioculturais, sem a pretensão de atuar como instância normatizadora”, diz a nota.

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