20 de abril de 2024

“O bolsonarismo adoece e mata”, diz Zen ao citar reportagem da Folha de S. Paulo

Nas cidades brasileiras onde em 2018 o então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro teve votação superior a 80% – portanto as mais alinhadas ideologicamente com os ideais do candidato que virou presidente – foram as que mais registraram casos e mortes proporcionais pelo coronavírus. O Acre foi o estado que deu a Bolsonaro a maior votação proporcional no país, acima de 80%, mas os índices de casos da doença e de morte não ocorreram na mesma proporção de outras regiões do país.

Os número foram citados pelo deputado estadual Daniel Zen (PT), na sessão remota da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac) nesta terça-feira (06). Citando uma reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”, de autoria do jornalista Ricardo Mendonça, que também escreve para o “Valor Econômico”, o deputado explicou que todas as 5.570 cidades brasileiras foram divididas de acordo com o percentual de votos em Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais de 2018.

O levantamento mostrou que, em 108 cidades, Bolsonaro teve menos de 10% dos votos, em 833 cidades teve entre 10% e 20% dos votos, e assim sucessivamente, até chegar nas 214 cidades nas quais Bolsonaro teve entre 80% e 90% dos votos, até a única cidade em que Bolsonaro teve 90% ou mais dos votos em 2018. As informações, aliás, são de domínio público e podem ser acessadas por qualquer um no Repositório de Dados Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral.

O jornalista, de posse dessas informações, analisou, como passo seguinte, a quantidade de casos e de mortes por Covid-19 em cada uma das 5.570 cidades. Novamente, os dados são de livre acesso, tanto pelo Painel Coronavírus do Ministério da Saúde quanto pelo DataSUS. “Nas 108 idades em que Bolsonaro teve menos de 10% dos votos, o número de casos é de 3.781 por 100.000 habitantes. A quantidade de casos sobe linearmente até atingir 10.477 casos por 100.000 habitantes nas cidades em que Bolsonaro teve entre 80% e 90% dos votos e 11.477 casos por 100.000 habitantes na cidade em que Bolsonaro teve 90% ou mais dos votos”, mostra um trecho da reportagem, citada por Daniel Zen.

A mortalidade varia de 70 mortes por 100.000 habitantes nas cidades em que Bolsonaro teve menos de 10% dos votos, até mais de 200 mortes por 100.000 habitantes nas cidades em que Bolsonaro teve 50% dos votos ou mais. Na única cidade em que Bolsonaro fez 90% dos votos ou mais no segundo turno das eleições de 2018, a mortalidade é de 313 por 100.000 habitantes. Mais do que o resultado dessa cidade isoladamente, o que chama atenção é a escadinha observada nos gráficos.

O morador de uma cidade na qual Bolsonaro venceu o segundo turno das eleições de 2018 tem três vezes mais risco de morte por Covid-19 do que o morador de uma cidade em que Bolsonaro foi derrotado com folga. Mesmo que a pessoa tenha votado contra o negacionismo, estando ela exposta a um ambiente negacionista, seu risco de morte é maior, mostra a reportagem.

De acordo com Zen, isso mostra que o negacionismo do presidente em relação à pandemia foi a causa de muitas mortes. “Por isso, reafirmo: o bolsonarismo adoece e mata”, disse.

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