PF mostra que Estrada do Pacífico virou rota para o crime e cumpre mandados em operação

A Estrada do Pacífico, também conhecida como Rodovia Interoceânica, a rodovia binacional que liga o noroeste do Brasil ao litoral sul do Peru, através do estado brasileiro do Acre, foi construída na era dos governos petistas no Estado e de Fernando Henrique e Lula da Silva no plano nacional, como o elo de desenvolvimento capaz de ligar, num único continente, os oceanos Atlântico e Pacífico. Mas não é bem isso que está acontecendo: a Polícia Federal descobriu que a estrada se tornou um corredor de exportação que não rende nada aos acreanos e vem sendo utilizado como rota para os mais diversos crimes.

A parte da Estrada do Pacífico que fica dentro do território brasileiro é identificada como BR-317 (da fronteira com o Peru até Rio Branco) e BR-364 (de Rio Branco até o sudeste do Brasil) enquanto no Peru é chamada apenas de Carretera Interoceanica (em espanhol). Qualquer que seja o nome, de acordo com as investigações da Polícia Federal, é apenas uma referência geográfica de uma nova rota de crimes de evasão de divisas do país para o exterior.

Dentro do Brasil, a “Estrada do Pacífico”, que começa na BR-364 no Acre e continua pela BR-317, passa por Rio Branco, Cobija – importante cidade do norte boliviano e sede da maior zona franca da Bolívia – vai até a tríplice fronteira com o Peru e Bolívia, atravessando entre a cidade brasileira de Assis Brasil, a boliviana Bolpebra e a peruana Iñapari. No Peru, a Estrada do Pacífico se divide inicialmente em duas, uma em direção a Oeste, que no Peru segue pela rodovia PE-030, desde Nazca, passando por Cuzco, até o porto de San Juan de Marcona. A outra rota, em direção ao Sul, se subdivide em duas na região próxima ao Lago Titicaca, e segue pela PE-034 até o porto de Matarani e pela PE-036 até o porto de Ilo.

A Estrada do Pacífico é o primeiro eixo multimodal Atlântico-Pacífico na América do Sul. Além de favorecer a integração sul-americana, a circulação de pessoas, o turismo e o comércio bilateral entre o Brasil e o Peru, a estrada foi construída com a promessa de garantia de acesso dos produtos peruanos ao oceano Atlântico e o acesso dos produtos brasileiros ao oceano Pacífico. A distância entre Rio Branco e Assis Brasil (tríplice fronteira Brasil-Bolívia-Peru), utilizando a BR-317, é de 319 km. No lado peruano, a distância de Iñapari até Ilo é de 1.226 km, enquanto o trecho Iñapari-Matarani tem 1.419 km.

Mas o que deveria ser um monumento físico à integração, a estrada é também uma rota utilizada por criminosos, segundo revelou uma operação da Polícia Federal, sob o nome “Carga Segura”, deflagrada na manhã desta quinta-feira (22), nos municípios de Epitaciolândia, Brasileia e Assis Brasil, no Alto Acre, e na cidade de Quatro Barras, interior do Paraná. O objetivo da operação foi combater um evasão de divisas na fronteira do Brasil com os países Peru e Bolívia, com saída pelas cidades de Assis Brasil, Epitaciolândia e Brasileia, envolvendo o transporte de carga de alto valor, o que acaba comprometendo a política cambial do Brasil e gerando prejuízos ao Estado.

Quatro pessoas foram intimadas à depor na Delegacia da Polícia Federal em Epitaciolândia. Outros três mandados de busca e apreensão foram cumpridos em empresas e residências da região.

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PF mostra que Estrada do Pacífico virou rota para o crime e cumpre mandados em operação