Prefeitura de Porto Velho nega ter aplicado vacinas vencidas contra a Covid-19

A Prefeitura de Porto Velho, divulgou uma nota, na tarde desta sexta-feira (2), rebatendo um levantamento baseado no cruzamento de dados oficiais do governo federal, que apontou que ao menos 26 mil pessoas podem ter recebido doses vencidas da vacina AstraZeneca contra a Covid-19.

A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho diz que desde o começo da imunização não houve registro de lotes vencidos pela Divisão de Imunização. E garantiu que não houve aplicação de vacina fora do prazo de validade na cidade.

“A Semusa esclarece que os lotes recebidos até hoje estão devidamente registrados nos sistemas de informação, que também contém os dados cadastrais das pessoas imunizadas. Todas as informações referentes à vacinação são repassadas ao Ministério da Saúde (MS) para transparência do processo”, consta na nota.

A prefeitura também explicou que a Semusa pontualmente identificou em uma unidade de imunizante, como exemplo de lote, a expiração da data de vencimento. E declarou que ao entrar em contato com os órgãos responsáveis pelo envio, “recebeu a informação de que se tratava da inversão do padrão de impressão de datas, ou seja, o mês vindo à frente do dia. A exemplo: 12/03/21 quando no padrão brasileiro seria 03/12/21”.

O Governo de Rondônia, por meio da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), também divulgou uma nota declarando que os Municípios do estado não aplicam vacinas com prazo de validade expirado.

“No início da vacinação nos meses de janeiro e fevereiro, as doses aplicadas pelos municípios não eram informadas em tempo real, com consequente atraso na digitação. A data da digitação dos dados do vacinado não necessariamente corresponde ao dia efetivo de vacinação, os dados são inseridos no sistema de informação a posteriori”, diz a Agevisa.

Entenda o caso

Um levantamento baseado no cruzamento de dados oficiais do governo federal aponta que ao menos 26 mil pessoas podem ter recebido doses vencidas da vacina AstraZeneca contra a Covid-19. O trabalho dos pesquisadores Sabine Righetti, da Unicamp, e Estêvão Gamba, da Unifesp, foi publicado nesta sexta-feira (2) pelo jornal “Folha de S. Paulo”.

Prefeituras citadas negam o problema e atribuem o achado do levantamento a falhas na inclusão de dados no Sistema Único de Saúde (SUS), que recebeu anotações com atraso de até dois meses. Ao menos uma cidade (Alagoa Grande – PB) admitiu ter aplicado 72 doses vencidas.

O Ministério da Saúde informou ao G1 que todas as doses são enviadas dentro do prazo e que, caso aplicações fora do período ocorram, é preciso passar por uma nova aplicação “respeitando um intervalo de 28 dias entre as doses”.

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