Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento que a equipe do Hospital do Trabalhador abordou a jovem de 27 anos que tentou sequestrar um recém-nascido de dentro da unidade, na noite de segunda-feira (12), em Curitiba.
A mulher se disfarçou de enfermeira para ter acesso à criança na ala do pós-parto, mas, nas imagens, a suspeita já aparece sem a vestimenta. Segundo a PM (Polícia Militar), a mãe relatou que a jovem entrou na ala e pediu autorização para levar o filho para um exame.
Nas imagens, é possível ver a jovem com o bebê no colo sendo acompanhada por uma segurança em um corredor próximo à saída. Em determinado momento, as duas retornam pelo mesmo caminho após a vigilante parecer questioná-la sobre algo.
Segundo o diretor do hospital Geci Labres de Souza, a mulher chegou à unidade já com o disfarce. A vigilante teria perguntado à suspeita sobre a pulseira de identificação que deveria estar usando, o que chamou atenção da equipe.
“Para sair do hospital com algum bebê, deve mostrar a pulseira, a alta pelo médico e um documento com foto. Ocorre que a mulher estava sem pulseira e sem documento. Ela disse, então, que estava no pronto atendimento com a criança. A vigilante retornou com ela e foi verificado que não houve atendimento. Nesse meio tempo, a mãe contou a uma enfermeira que o bebê saiu para um exame, o que fez a gente cruzar as informações”, relatou o diretor.
Para a direção, não existe previsão de mudança no protocolo de entrada no hospital, pois o procedimento de segurança na saída se mostrou efetivo. Além de maternidade, a unidade atende pacientes com covid-19, pronto-socorro e traumatologia de urgência e emergência.
“Atendemos mais de duas mil pessoas por dia e temos cinco portas de entradas. O protocolo mesmo é na saída, tanto que até as malas são revistadas. A maternidade tem 27 anos e pela primeira vez isso acontece. O controle deve estar na saída e deu certo”, analisou.
A tentativa de sequestro
À PM, a mulher disse que estava grávida e que perdeu no fim de junho o filho devido a um abordo espontâneo. Ela é moradora de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, e engravidou no fim de janeiro.
Na bolsa, segundo a PM, a mulher carregava materiais e roupas infantis. Ela não teria contado aos familiares sobre a perda da criança, a motivando tomar essa atitude.
A jovem foi levada à Central de Flagrantes da Polícia Civil. Ela não tem passagem por outros crimes.
Aos investigadores da Polícia Civil, a mulher teria mudado a versão, informando que recebeu a oferta de R$ 10 mil de um casal de Colombo para sequestrar o bebê. Ela não apresentou provas desse depoimento, mas Polícia Civil deverá confirmar a informação ao longo da apuração do caso.
O marido da mulher estava trabalhando no momento do crime. Ele contou aos policiais que não sabia do aborto espontâneo e negou envolvimento na tentativa de sequestro.
Além de tentativa de sequestro, a mulher responde investigação por falsidade ideológica. Ela responde em liberdade.