Após petista Jonas Lima acenar apoio a Jéssica Sales para o Senado, partido se pronuncia

Ou o PT mudou com o tempo ou o tempo mudou o PT. O fato é que o Partido que expulsava sem contemporização àqueles militantes, mesmo os com mandatos, que votassem contra a direção partidária, como aconteceu com os então deputados federais Ayrton Soares e Beth Mendes, expulsos da legenda porque contrariaram a direção e votaram em Tancredo Neves para presidente no Colégio Eleitoral, em 1985, já não é tão rigoroso como há quase 35 anos atrás.

Pelo menos em relação a um deputado estadual, Jonas Lima, em terceiro mandato. Desde que o Partido deixou o governo estadual depois de cinco governos consecutivos e exatos 20 anos consecutivos de poder, ele já contrariou a direção partidária por duas vezes e, ao que tudo indica, não vai sofrer qualquer tipo de admoestação, como ocorria nos velhos tempos de centralismo democrático petista.

O primeiro ato de desobediência de Jonas Lima, que vem a ser irmão do prefeito de Mâncio Lima, município do Alto Juruá, Isack Lima, também do PT, deu-se no início do ano quando da apresentação do pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar possíveis irregularidades de contratos na Secretaria de Estrado de Educação. O deputado retirou seu nome da lista dos sete proponentes da CPI e, com isso, contribuiu para enterrar a proposta, mesmo que esta tenha sido apresentada pelo deputado Daniel Zen, líder petista na Assembleia. Na época, Jonas Lima ameaçou deixar a agremiação e a própria política, assim como seu irmão prefeito, caso a direção do PT questionasse seu comportamento em relação á proposta de CPI. O Partido deu calado como resposta.

Agora, após declarar voto ao Senado à deputada federal do MDB Jéssica Sales, Jonas Lima, em tese, teria cometido outra inconfidência partidária, algo imaginável na época em que o partido de Lula literalmente lutava para chegar ao poder. Quando todos achavam que Lima não teria vida fácil na Assembleia Legislativa a partir desta terça-feira m(10) por esta segunda infidelidade partidária, eis que o socorro ao parlamentar veio do próprio presidente da agremiação, Cesário Braga.

Ao ContilNet, o dirigente petista disse que Jonas Lima não cometeu nenhuma traição partidária à agremiação por declarar voto à Jéssica Sales ao Senado. “Nós convidamos o Jorge Viana com a possibilidade de ele ser candidato ao senado ou ao governo. Jonas, assim como eu, defende que o Jorge seja candidato ao governo e por isso se posiciona sobre possíveis candidaturas ao Senado”, disse o dirigente. “Nós mantemos nossa posição de candidatura majoritária com o Jorge, que está caminhando, ouvindo as pessoas e construindo juntos um bom caminho”, acrescentou.

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