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Café vai ficar 40% mais caro no país a partir de setembro, diz associação

Por TIÃO MAIA, PARA CONTILNET

Foto: Embrapa/Acre

Os fãs do café vão ter uma surpresa desagradável a partir de setembro. Quem não consegue ficar longe da bebida vai precisar desembolsar até 40% a mais no mês que vem, anunciou o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Celírio Inácio. Será o maior aumento registrado há, pelo menos, 25 anos, no preço do café para o consumidor final, informou.

A alta, segundo a Abic, é provocada pela quebra na safra do grão. Em 2020, houve uma boa colheita. Já a safra deste ano, foi comprometida logo no primeiro trimestre deste ano, consequência da seca prolongada no parque cafeeiro e de um ano de baixa na bienalidade do café, que, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), está estimada em 49 milhões de sacas em todo o país.

Além disso, para piorar a situação, há 27 anos o Brasil não registrava uma geada tão intensa no parque cafeeiro, o que neste momento gera muita incerteza em relação ao tamanho da safra. Essa situação afeta a oferta do grão no mercado, fazendo com que os preços se movimentem.

De acordo com a Abic, os preços da matéria-prima, calculados em reais, “estão subindo como nunca antes testemunhado”. A pandemia, o câmbio e o aumento nos custos dos insumos são outros fatores negativos para o setor.

“A safra de 2022 ainda depende da chuva na hora da florada das plantas, que deve ocorrer daqui a dois meses. Se houver a florada no café, o mercado tende a acalmar um pouco. Mas isso depende de chuva, e estamos em um período de seca”, diz Inácio.

O Brasil se mantém como o segundo maior mercado consumidor de café do mundo e, apesar da pandemia, a procura por café seguiu crescendo. Em 2021, o país registrou uma alta de 1,34% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Segundo o diretor-executivo da Abic, as margens da indústria de café está em um dos piores patamares da história e muitas empresas não serão capazes de evitar o repasse do prejuízo ao consumidor. “Sem reajuste, há um comprometimento na sustentabilidade do negócio. Para o consumidor continuar tendo acesso a um produto de qualidade, que ele está acostumado, precisará compreender o reajuste que a prateleira irá apresentar. Diante deste cenário, o consumidor terá que ficar atento e desconfiar daquelas marcas que oferecem preços muito baixos”, alerta Celírio Inácio.

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