Carmo Dalla Vecchia lembra homofobia na infância: ‘Tomava soco no estômago aos gritos de ‘bicha’

Quando Carmo Dalla Vecchia se declarou gay na TV diante do país inteiro, ele sabia que, a partir dali, jamais precisaria voltar a responder uma das perguntas que mais ouviu em entrevistas durante seus 26 anos de carreira: “Que tipo de mulher você gosta?”. O questionamento vinha de gente que sabia muito bem que ele era casado com o autor João Emanuel Carneiro, o que jamais escondeu, mas fazia questão de colocar uma casca de banana diante do ator.

O anúncio, além de servir para ajudar outras pessoas como ele, também fez o ator lidar com o próprio preconceito (“por mais que a gente trabalhe isso isso na vida, nascemos ouvindo que ser gay é errado”). Logo depois da declaração, ele partiu rumo ao Sul em busca do colo da mãe (“precisava olhar no olho e saber se ela ainda me amava”). Não que a sexualidade do filho fosse uma novidade. Ou que ele não tivesse avisado (“liguei para o João, para minha família, botei uma roupa prata justa e contei ao Brasil que sou gay”). Mas Carmo precisava se certificar de que ela estava mesmo bem diante da repercussão.

Prestes a completar 50 anos no próximo dia 21, voltar ao teatro com a peça “Forever young”, em outubro, e à TV como o “marido doente” de Paolla Oliveira na novela “Cara e coragem”, Carmo agora é pai. Sabe o que é ter um filho. Gerado fora do Brasil por barriga de aluguel, Pedro nasceu no dia do aniversário do ator e vai completar dois anos. O ator diz que é “a mãe” do menino, enquanto João, o pai.

Nessa entrevista, o ator revela porquê decidiu declarar sua sexualidade na TV após 16 anos de casamento (“queria ter pertencimento e talvez também pelo meu trabalho. Sempre me perguntavam em entrevistas: ‘Que tipo de mulher você gosta?”) e conta como se sentiu depois (“consolidando quem eu sou”). Diz o que sente sobre talvez perder o papel de galã (“talvez tenha receio de ser trocado do escaninho, de perder o lugar porque alguém disse que pode estar nele, mas, aos 50, posso fazer outros personagens, né?”). Carmo conta ainda sobre o momento em que se percebeu gay (“pensei: e agora, o que vou fazer?”) e sobre episódios de homofobia na infância (“aos 9, tomava soco no estômago de colegas aos gritos de “bicha!”).

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