A rixa entre Xuxa Meneghel e Sikêra Jr. ganhou mais um capítulo. A apresentadora, que já move uma ação cível contra o rival em São Paulo, deu entrada em um processo penal em face do comunicador da RedeTV! no Tribunal de Justiça do Amazonas. Ela se queixa de difamação em uma demanda que corre na 11ª Vara Criminal, do Fórum de Manaus, desde 28 de julho.
Nos autos, Maria da Graça Xuxa Meneghel, por meio de seus advogados –quatro ao todo– quer que Sikêra responda pelas ofensas proferidas sobre ela em rede nacional. Em outubro de 2020, o jornalista chamou a apresentadora de “pedófila”, “ex-rainha” e a acusou de fazer apologia às drogas no programa Alerta Nacional.
No mesmo mês, ela entrou com um processo contra o âncora no Tribunal de Justiça de São Paulo em que pede indenização de R$ 500 mil –que ela pretende doar a instituições de caridade. Agora, uma nova disputa se inicia no Judiciário do Amazonas, com a também cantora requisitando que o pernambucano pare de falar negativamente sobre ela.
“Tem uma ação cível em São Paulo e outra penal em Manaus. A questão é a mesma: ele ter chamado ela de ‘pedófila’. Ele a agrediu. Abrimos em Manaus, pois é o que se chama de competência territorial. A competência territorial para processar crimes contra a honra é no local em que a ofensa foi proferida”, explica Ticiano Figueiredo, um dos advogados da eterna rainha dos baixinhos.
“Abrimos mão de qualquer conciliação. O que se pede é que ele pare de fazer referência negativa sobre ela durante o programa e eventual condenação do juiz que for arbitrar. Não tem reparação de dano”, completa o defensor ao Notícias da TV. O Alerta Nacional é uma coprodução entre RedeTV! e TV A Crítica, emissora independente de Manaus.
A briga entre Xuxa e Sikêra nos tribunais já conta com uma série de desdobramentos. Em julho último, por exemplo, a defesa da artista não conseguiu proibir o apresentador de falar sobre a mãe de Sasha na TV. A juíza Glaucia Lacerda Mansutti, da 45ª Vara Cível de São Paulo, entendeu que o pedido para barrar o comunicador de mencionar a também atriz nos programas “ou qualquer referência abusiva à mesma, seja por jogo de palavras, seja por codinomes, tal como ‘Dona Maria’ [da Graça, nome de batismo de Xuxa]” não poderia ser aceito.
Para Figueiredo, o andamento do caso na esfera cível não compromete a ação que começa a correr no TJ-AM. “São coisas diferentes. Estou atacando só os aspectos penais. Uma esfera não tem nada a ver com a outra, pois cível e penal não se comunicam. O que estamos atacando são as ofensas que ele proferiu contra ela.”
“O crime e a ofensa contra a honra dela estão muito claros. De maneira alguma, qualquer decisão que venha a ser proferida em São Paulo interferirá no que possa ser decidido em Manaus”, reitera o advogado.
Procurada pela reportagem, a defesa de Sikêra Jr. não se manifestou até a conclusão deste texto.
Entenda o caso
Os ataques de Sikêra a Xuxa Meneghel começaram depois que a apresentadora compartilhou um vídeo que o jornalista havia exibido no Alerta Nacional, no qual um homem aparecia estuprando uma égua. O comunicador fez graça da situação e convocou dois membros de seu programa para simularem a cena ao vivo.
Xuxa se manifestou negativamente nas redes sociais, e Sikêra iniciou os ataques. Chamou-a de “pedófila”, usando como argumento o fato de a loira ter atuado no filme Amor Estranho Amor (1982), e a acusou de fazer apologia às drogas, por uma vez ela ter dito em entrevista que sua mãe, dona Alda Meneghel (1937-2018), fazia uso de maconha medicinal para amenizar sintomas de sua doença degenerativa.
Sikêra também afirmou que Xuxa incentiva as crianças a “safadeza, putaria e suruba” por ter lançado recentemente o livro Maya, o Bebê Arco-Íris, que conta a história de uma garotinha que tem duas mães.
Diante das acusações, a apresentadora levou o caso à Justiça e alegou que “o conteúdo exibido e prolatado pelo requerido é calunioso”. Xuxa afirmou que os comentários do funcionário da RedeTV! “não se tratam de liberdade de expressão, mas de abuso de direito”.
Neste ano, a defesa do jornalista entrou com uma ação de reconvenção, o que também coloca a artista na condição de ré. O caso está com a juíza Glaucia Lacerda Mansutti, da 45ª Vara Cível de São Paulo, que agora vai analisar os pedidos de Xuxa contra Sikêra –e vice-versa, tudo na mesma ação. Essa foi uma estratégia adotada pela defesa do titular do Alerta Nacional para responder as acusações feitas pela “rival” na Justiça.