Condenado por tráfico de drogas, em Mato Grosso do Sul, o preso Fernandes Ferreira Vilela, de 60 anos, vai responder por novos crimes, cometido de dentro do cárcere. O Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Dracco), divulgou o indiciamento de Vilela por lavagem de dinheiro, usando para isso até a filha adolescente.
Além dele, mais 14 pessoas estão envolvidas no esquema criminoso, segundo a Polícia Civil. Integrante da “Família Vilela”, como o grupo é definido até em peças processuais sobre crimes cometidos por seis pessoas com graus de parentesco, entre elas irmãos, o homem chegou a ser investigado como um dos responsáveis pela execução do delegado da Polícia Civil Robinson Maia, ocorrido em 1998, em Campo Grande. Esse fato acabou sem responsáveis judicialmente.
No período de 13 anos, de acordo com o departamento divulgou, o indiciado e o grupo ligado a ele movimentaram mais de R$ 53,4 milhões. Esse valor considera aquisições de imóveis, automóveis de luxo, tudo por meio de “laranjas” e de empresas de fachadas e operações financeiras simuladas.
O objetivo, conforme a Polícia Civil, era “dissimular o enriquecimento ilícito oriunda do tráfico de entorpecentes”. No nome da filha de Fernandes Vilela, por exemplo, foi identificado um veículo de alto padrão, uma Lad Rover Evoque.
Havia, ainda, conforme a investigação policial, cinco empresas que serviam ao processo de branqueamento de ativos da organização criminosa desarticulada. O trabalho foi desenvolvido com o auxílio do LAB (Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro).
Velho conhecido
Fernandes Ferreira Vilela tem prisões acumuladas desde a década de 2000. Em 2008, foi preso pela Polícia Federal junto com a esposa, em uma casa na Vila Bandeirantes. No lugar, foi achada cocaína dentro de uma banheira num dos banheiros. Nessa ocasião, drogas, armas, dinheiro e escrituras imobiliárias foram apreendidas.
O investigado por lavagem de dinheiro de dentro da cadeia também tem histórico de fugas. Foram três, segundo relembrou o Dracco. A pena a cumprir passa dos 20 anos.
Em processo por formação de quadrilha, derivado de investigação iniciada pela Polícia Federal, foram réus Fernandes Vilela e mais 5 parentes, além de outras três pessoas.
A defesa alegou que não havia provas dos ilícitos atribuído ao grupo de oito pessoas, que também versavam sobre lavagem de dinheiro vindo do tráfico.
Segundo a alegação da defesa, a condenação se baseou em “suposições e ilações”.
Ele segue preso no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, mais conhecido como “Máxima”, na saída para Três Lagoas, em Campo Grande.