O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) publicou, na quinta-feira (5), um relatório com dados relacionados a queimadas que aparentam não ser tão animadores. Segundo relatório emitido pelo Programa Queimadas do Instituto, entre os 5.570 municípios existentes no país, Feijó e Tarauacá figuram entre os dez com mais focos acumulados somente entre os dias 01 a 04 de agosto.
Os números são baseados conforme o sistema do satélite de referência AQUA_M-T. Feijó figura na 7ª posição, com 95 focos, e Tarauacá está em 9º lugar com 70. Quando verificadas as tabelas subsequentes do relatório, Feijó continua se destacando. Apenas na última quarta-feira (04), 31 focos acumulados foram registrados pelo satélite.
Além destes registros, o Acre figura no top 10 de estados da federação com 347 focos acumulados entre os meses de abril e início de agosto, mais precisamente na sexta colocação. A Reserva Extrativista Chico Mendes, por sua vez, está entre as unidades de conservação que mais queimaram no mês passado.
Outro dado curioso é que todos os estados que compõem o top 6 são pertencentes da região chamada de “Amazônia Legal”, sendo deste quantitativo, 4 da região Norte: Amazonas, Pará, Rondônia e Acre. Mato Grosso e Maranhão completam o restante.
SUSPENSÃO DE DECRETO FEDERAL
É importante ressaltar que o Governo Federal, através do presidente Jair Bolsonaro e do ministro do meio ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, publicou no Diário Oficial da União, no dia 29 de junho, a suspensão, por 120 dias, do Decreto 2.661 de 1998, que permite o uso de fogo mediante “Queima Controlada” em práticas florestais e agropastoris. No entanto, os resultados subsequentes a esta medida não foram satisfatórios, uma vez que somente no mês de julho deste ano, 4.977 focos foram registrados.
Segundo a Organização Não-Governamental (ONG) Greenpeace Brasil, as decisões tomadas pelo Governo Federal em prol do combate às chamas têm se demonstrado ineficiente quando visto os altos números, principalmente porque no ano de 2020 a suspensão do decreto ocorreu da mesma maneira e ainda assim, o mês de julho registrou 6.091 focos.
“Como principal estratégia do governo federal para conter a destruição, a GLO [Garantia de Lei e da Ordem] é comprovadamente ineficiente. A Amazônia segue sob intensa ameaça e a ilegalidade e destruição continuam devastando grandes áreas”, disse a organização.