19 de abril de 2024

Elas Fazem Acontecer: mulheres criam coletivo para amenizar impactos da pandemia

Há mais de 1 ano e meio a pandemia do coronavírus chegou afetando a saúde física, mental e financeira dos acreanos. A limitação do ir e vir, o medo, a perda de familiares, tudo de forma tão repentina, foram cruciais para desencadear  crises de ansiedade e depressão em muitos.

Embora os homens representem uma maior porcentagem das vítimas fatais da Covid-19, o relatório “Mulheres no centro da luta contra a crise Covid-19”, divulgado no final de março pela ONU Mulheres, conclui que as mulheres são afetadas de maneira mais severa pelo vírus: elas estão mais expostas ao risco de contaminação e às vulnerabilidades sociais decorrentes da pandemia, como desemprego, violência, falta de acesso aos serviços de saúde e aumento da pobreza.

Segundo o estudo, 70% dos trabalhadores de saúde em todo o mundo são mulheres, fato que as expõe a um maior risco de infecção, com o isolamento imposto pelo vírus, os índices de violência doméstica e feminicídio cresceram em todo o mundo, entre os idosos, há mais mulheres vivendo sozinhas e com baixos rendimento, mulheres também são maioria em vários setores de empregos informais.

No Acre, para contornar situações semelhantes as descritas acima e tentar sobreviver da melhor forma, as empresárias Lidianne Cabral, de 41 anos, e Lígia Martins Diel, de 33, uniram forças para não apenas levantar, mas ajudar a erguer outras mulheres, e montaram recentemente o coletivo Elas Fazem Acontecer.

Lidianne, é mãe da Luiza, de 16 anos, esposa e sócia do Márcio sombra, educador físico e professor de capoeira há 3 anos e foi com ele que ela decidiu empreender. O casal montou a Hamburguer RB (no Instagram @hambúrguerrb40), antes disso, Lidianne, que é militante dos direitos humanos e feminista intercecional, atuou na gestão pública durante 21 anos, foi secretaria de Política para as Mulheres durante a gestão da prefeita Socorro Neri em Rio Branco e produtora cultural no Estado e foi candidata a vereadora.

“Em 2020, após muitos anos nas instituições públicas, decidi montar meu próprio negócio e arriscar empreender, logo veio a pandemia, momento em que tive que repensar e realinhar todos os planos. Neste mesmo período, após a perda repentina de um ente familiar, desenvolvi crises de ansiedade e depressão”, explica.

Lidianne (ao centro) é a idealizadora do Elas Fazem Acontecer junto com na empresária Ligia Diel/Foto: arquivo pessoal

Foi dela a ideia de montar o coletivo. “Pela experiência de trabalhar com mulheres com esse problema, foi a minha vez de buscar ajuda e refúgio naquilo que eu sempre acreditei, a força coletiva das mulheres. Comecei a utilizar das minhas redes sociais para falar sobre as crises que eu tinha e divulgar também os pequenos empreendimentos das minhas amigas e outras mulheres que me procuraram com as mesmas dores, foi quando percebi que unindo nossas lutas poderíamos amenizar as crises, inclusive financeiras e nos fortalecermos. Sem que eu percebesse, iniciava ali a nossa rede de apoio constituindo o principal objetivo do coletivo #elasfazemaconteceracre: o apoio mútuo, o não julgamento, a empatia e a sororidade”, explica.

Lígia Martins Diel, empresária acreana/Foto: arquivo pessoal

Já a empresária Lígia Diel desde cedo participa de encontros, feiras, incentivando mulheres e amigas a serem empreendedoras, com intenção de aumentar a renda, serem independentes e protagonistas da própria história. Ela conta que recebeu o convite de Lidianne para montarem o coletivo.

“Fui convidada pela Lidiane Cabral, participamos de outras feiras juntas e me propondo a ajudar nos novos desafios e engajamentos que possam surgir”, diz a empresária que descreve o coletivo como um local de acolhimento para “além de unir mulheres, dividir histórias e melhorar a nossa alto estima”.

De duas amigas, o Elas Fazem Acontecer Acre passou para uma organização com 83 mulheres em menos de um mês desde a primeira reunião oficial que ocorreu no dia 22 de julho. São empreendedoras nos mais diversos negócios: artesanato, confecções, calçados, gastronomia, plantas, decorações e outros.

Coletivo conta hoje com 83 mulheres empreendedoras/Foto: arquivo pessoal

O coletivo cresceu, as ideias fervilham e elas já tem planejamentos futuros: “Temos visões para crescer e aumentar, realizando eventos, encontros, desenvolver cursos, palestras, quem saber até uma associação para futuramente aumentar o alcance de outros públicos … sou eternamente grata por unir mulheres e ajudar umas as outras diante de todas as situações”, diz Ligia.

A primeira feira do coletivo acontece no dias 4 e 5 de setembro

Mas, como o nome já diz, elas no ficam apenas nos planos, elas fazem acontecer e o grupo já tem a primeira feira marcada que acontece nos dias 4 e 5 de setembro, das 16h às 21h, na Praça da Revolução, no Centro de Rio Branco.

 

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