A bióloga marinha Kristy Brown, da empresa australiana de turismo Naturaliste Charters, revelou mais detalhes sobre a morte de uma baleia-azul na costa sudoeste da Austrália. Segundo a cientista, um grupo de aproximadamente 75 orcas realizou um cerco contra o mamífero para, logo em seguida, mutilá-lo em uma cena descrita como “surpreendente, um pouco perturbadora e verdadeiramente alucinante”.
O relato de Brown foi compartilhado no site de sua companhia, narrando como ocorreu o aterrorizante evento predatório em Bremer Bay Canyon. Em 16 de março de 2021, a especialista estava a bordo de um barco de passeio utilizado para observação de orcas e outras espécies marinhas da superfície, e julgou os animais que estavam rodeando a embarcação como “ativos e sociáveis”. Porém, ela e os outros passageiros repararam que algo estranho estava se formando por perto, pois as orcas estavam mais alertas do que o normal.
“A ação começou lenta, estávamos vendo algumas ondas ao redor, mas não parecia uniforme. Normalmente as orcas que surgem estão espalhadas, movendo-se vagamente em uma direção quando caçam uma baleia-bicudo. Mas isso era diferente, essas ondas estavam espalhadas. Ainda não tínhamos visto a baleia-azul”, esclareceu a bióloga.
Foi então que Brown e sua equipe repararam em uma baleia-azul no centro do caos, estimada em 16 metros de comprimento e com muitos anos de vida. O mamífero estava sozinho em meio a uma gigante horda de orcas, que observavam tranquilamente sua presa e se comportavam de forma “estratégica, pensativa, colaborativa, paciente [e] persistente”.
A luta da baleia-azul
Rapidamente, várias orcas cercaram a baleia, “lutando contra ela e nadando rápido, ao lado e sob ela”, com o objetivo de cansá-la. O trabalho em equipe logo reuniu grupos mais velhos e jovens das caçadoras, que cuidaram de manipular o animal capturado para a plataforma continental mais rasa em um “caos de cliques e sons de baixo enquanto as orcas empurravam a baleia-azul para a frente.”
Kristy Brown informou que a baleia-azul lutou até o fim, mas acabou sucumbindo a seus agressores, que estavam violentamente dispostos a arrancar sua língua e mutilá-la. No fim, “uma bolha de sangue subiu à superfície como um balão vermelho estourando” e a carcaça desapareceu definitivamente nas profundezas.