Governo do Acre cria gabinete para monitorar praga após Governo Federal decretar estado de emergência

Após o Ministério da Agricultura decretar estado de emergência fitossanitária no Acre em razão da praga do cacaueiro, o Governo do Estado resolveu criar nesta sexta-feira (13) o Gabinete de Crise no âmbito do executivo municipal para tratar do assunto.

A decisão saiu na edição do Diário Oficial do Estado (DOE) e assinada pelo governador Gladson Cameli.

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Governo declara quarentena ao estado do Acre para conter doença do cacaueiro | Agronegócios | G1

“O Gabinete de Crise tem a atribuição de monitorar, mobilizar e coordenar as atividades dos órgãos públicos estaduais para adoção das medidas necessárias ao enfrentamento e minimização dos agravos causados pelo evento, assim como integrar e articular as ações de contenção, supressão e erradicação da praga quarentenária Moniliophthora roreri, nos termos do plano de contingência elaborado para esta finalidade”, diz um trecho.

As ações do gabinete deverão estar alinhadas às diretrizes emanadas pelo Ministério da Agricultura e conforme o plano nacional de prevenção e vigilância de Moniliophthora roreri (PNPV/Monilíase).

Representantes de várias secretarias do governo passam a integrar o grupo.

O que é a praga do cacaueiro? 

A Monilíase é uma doença devastadora para o cacaueiro, cujo agente causal é o fungo.

Em condição de campo, esta doença pode afetar unicamente o fruto do cacaueiro. A germinação dos conídios é favorecida sob temperatura média de 22° C e umidade relativa de 93%. A penetração do tubo germinativo ocorre diretamente na epiderme ou através de estômatos, crescendo entre as células do parênquima do córtex, produzindo conídios dentro e na superfície dos frutos. A disseminação dos esporos é realizada principalmente pelo vento, podendo as chuvas, terem um papel secundário da epidemiologia da doença. A longa distância a praga pode ser disseminada pelo transporte de frutos e veículos infectados, material vegetativo e embalagens contendo os esporos do fungo, que são viáveis em condições adversas até um período de nove meses. As principais fontes do inoculo são os frutos infectados na árvore. A alta umidade relativa favorece a esporulação do patógeno que inicia em média uma semana após o surgimento dos sintomas, permanecendo intensa até dez semanas, quando a produção de inoculo cai para níveis insignificantes. Frutos mumificados que permanecem nas árvores de uma estação para outra, tem papel importante como fonte de inoculo inicial da praga.

O período de incubação da doença é longo, variando de 40 a 90 dias, para o surgimento dos primeiros sintomas. Inicialmente são lesões irregulares de coloração marrom escura observadas nas superfícies dos frutos. Com o desenvolvimento da doença estas lesões coalescem, podendo no caso de infecções precoces, cobrirem toda a superfície do fruto. Sobre as lesões, observa-se o desenvolvimento de um micélio de coloração branca, com grande quantidade de conídios. Após alguns dias, a coloração do micélio pode mudar para tonalidade creme, cinza ou marrom. Internamente, observa-se uma necrose generalizada das sementes, sendo a severidade deste sintoma mais acentuada quando a infecção ocorre em frutos jovens. As sementes necrosadas podem ficar aderidas umas as outras dificultando sua remoção do interior dos frutos. Os sintomas da Monilíase são semelhantes ao provocados pela Vassoura-de-bruxa nos frutos de cacaueiro. Na ausência de esporulação de M. roreri, fica impossível uma distinção entre as duas doenças.

A Monilíase é uma doença de difícil convivência, por não se dispor, até o momento, de técnicas eficazes para o seu controle. O manejo integrado é a forma mais eficiente de controle simultâneo das principais doenças do cacaueiro (Podridão Parda, Vassoura-de-bruxa e Monilíase).

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