Lula sobre críticas de Ciro Gomes: ‘Quando um não quer, dois não brigam’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o direito de Ciro Gomes (PDT) de criticá-lo, mas pontuou que não vai se “preocupar em responder as agressões” do antigo aliado.

“Ele diz o que ele quiser, e eu digo o que eu quero. Quando um não quer, dois não brigam”, disse Lula em entrevista veiculada hoje no site do jornal O Povo, do Ceará. O ex-presidente chega hoje ao CE com o objetivo de definir alianças para as eleições de 2022.

Acreditando que, em um eventual segundo turno presidencial em 2022, o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estará fora da disputa, Ciro Gomes tem mirado críticas ao ex-presidente. Para o cearense, a corrida eleitoral será entre ele e o petista.

As críticas ao ex-presidente vêm desde 2018, quando o político do PDT ficou de fora do segundo turno das eleições presidenciais, entre Bolsonaro e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT).

A mais recente foi feita na semana passada, em entrevista ao programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, quando Ciro apontou Lula como o responsável pela “tragédia brasileira” — que, na visão do ex-governador cearense, foi a eleição de Bolsonaro como presidente em 2018.

“Os grandes amigos que ele (Lula) tinha, que diziam ‘menos, Lula’, morreram todos. Ele está cercado de bajuladores de quinto nível. O ego do Lula agora não tem reparo, não tem contradição, despirocou geral”, criticou Ciro Gomes.

Na ocasião, o político cearense ainda apontou o governo Lula como “organicamente corrupto”. “O mal que essa gente, que o Lula já fez ao Brasil, é muito maior que o bem que ele fez em algum momento”, acrescentou.

No início de julho, a presidente do PT, a também deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), disse que Ciro Gomes “mente e ofende para ter palanque na mídia” e, assim como Bolsonaro, “treme de medo” de enfrentar Lula. “Passou de coronel para jagunço da direita”, declarou.

Lula no CE

Visando costurar alianças nacionais e estaduais para 2022, Lula chega hoje ao Ceará. O estado é o terceiro maior colégio eleitoral da região Nordeste, com 6,5 milhões de eleitores.

A ida de Lula também visa garantir palanque político no estado de maior influência de Ciro Gomes. O governador do estado, Camilo Santana, mesmo sendo filiado ao PT, é próximo da família do político do PDT.

Em junho, Camilo defendeu uma aliança entre Lula e Ciro Gomes em 2022 como necessária para “tirar o Brasil de um caminho obscuro”. “Acredito que eles têm muito mais convergências do que divergências”, afirmou o governador ao UOL Entrevista.

A visita de Lula ao Ceará faz parte de uma peregrinação maior, por todo o Nordeste, em busca de apoios e alianças. Ontem, o ex-presidente esteve no Maranhão. Depois do CE, o petista ainda deve visitar a Bahia e o Rio Grande do Norte.

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