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Marco temporal: BR-364 deve voltar a ser fechada por lideranças indígenas

Por TIÃO MAIA, PARA CONTILNET

Rio Juruá/Foto: reprodução

Índios de várias etnias que residem em aldeias e terras indígenas às margens da BR-364, de acesso a Cruzeiro do Sul e a outros municípios dos vales do Iaco, Purs, Taraucá, Envira e Juruá, estão ameaçando fechar a rodovia na próxima quarta-feira (1º de Setembro). O fechamento deve ocorrer, como já registrado em outras ocasiões, à altura da entrada do município de Feijó, por índios da Aldeia Morada Nova, às margens do rio Envira, próxima à sede do município. São índios das Aleia Shanenawa.

O fechamento da estrada vai ocorrer em protesto dos indígenas por causa da proposta de uma nova lei que estabelece novo marco temporal em relação às Terras Indígenas. A nova lei, que está sendo analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi a causa de uma ocupação em Brasília por mais de cinco mil índios de todo o país na Esplanada dos Ministérios. Com o adiamento do julgamento, para esta semana, o acampamento começou a ser desmontado inda no domingo (29).

Em seu ápice, a mobilização chegou a reunir mais de seis mil indígenas. No domingo, pelo menos cinco mil arrumaram as malas e partiram de volta para a terra de origem, restando apenas cerca de mil na capital. As lideranças querem manter a mobilização em Brasília pelo menos até 1º de setembro, quando se espera a retomada do julgamento no Supremo. Mas os recursos financeiros e a alimentação têm sido o grande empecilho, o que levou milhares de indígenas embora. Os que restaram ficarão concentrados, agora, nos arredores do Complexo Cultural Funarte, no Eixo Monumental.

No acampamento, indígenas carregavam pedaços de madeira e levavam pertences para caminhões de mudança. Por volta das 16h, grande parte das barracas e tendas já havia sido desmontada. Em uma espécie de corredor central, um indígena portava um microfone de lapela. Enquanto um colega segurava um smartphone, o primeiro fazia um apelo, em vídeo, por doações de alimentos.

Além disso, a falta de alimentos — já que o movimento depende de doações — foi o principal motivo da retirada. Com o retorno dos índios às suas aldeias, os protestos devem ocorrer nos estados, como é o caso da BR-364, na região de Feijó.

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