Polícia expõe crime de falsidade ideológica praticado por empresário morto pelo filho

A Polícia Civil instaurou um segundo inquérito do caso do empresário morto a tiros pelo filho de 15 anos em um condomínio de luxo de Valinhos (SP). A investigação apura possível crime de falsidade ideológica praticado pelo homem de 42 anos que era conhecido por ostentar uma coleção de carros milionários, mas nenhum deles, segundo o delegado, estava registrado em seu nome verdadeiro – os policiais apreenderam vários documentos falsos, como RG, CPF e passaporte na residência da família.

A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) nesta sexta-feira (13). “A unidade instaurou um segundo inquérito policial para apurar possível crime de falsidade ideológica praticado pela vítima. Documentos e celulares foram apreendidos para perícia e diligências estão em andamento visando ao esclarecimento dos fatos. Documentos e celulares foram apreendidos para perícia e diligências estão em andamento visando ao esclarecimento dos fatos”, destaca a pasta.

McLaren, Maserati, Lamborghini e BMW são alguns dos veículos que o homem ostentava. O empresário também tinha uma série de armas, inclusive uma de guerra, e aparecia em vídeos exibindo esses armamentos e os bens de luxo.

“No nome real dele, nós não detectamos absolutamente nada, e sim bens e certos veículos registrados em nomes de terceiros e em nome de uma pessoa fictícia. Criada por ele com emissão de documentos tidos como legítimos, mas com dados considerados como falsos”, afirmou.

Empresa nega relação

Em aparições públicas e nas redes sociais, o empresário dizia atuar no ramo de comércio exterior e som automotivo. Em um de seus perfis, exibia o link do site do grupo que afirmava ser o proprietário.

Em consulta à Receita Federal, o CNPJ da empresa com sede em Foz do Iguaçu (PR) aparece no nome de outra pessoa. Por telefone, uma funcionária que se identificou como sendo do administrativo, afirmou que o empresário morto em Valinhos não teria relação com a empresa.

Questionada se a companhia tinha ciência que o homem se apresentava como proprietário, ela confirmou que sim, mas ao ser indagada de quais ações a empresa teria tomado, a funcionária disse que não poderia mais comentar sobre o caso.

Segundo a SSP, as circunstâncias da morte do empresário seguem em investigação pela Delegacia de Valinhos, que está ouvindo testemunhas e aguardando laudos periciais para concluir o inquérito – o adolescente alegou que teria agido em legítima defesa, após o pai ameaçar ele e a mãe.

De acordo com o delegado, o jovem e a mãe eram vítimas constantes de violência psicológica e física por parte do empresário, e que, diante da confirmação de um “ambiente claro de violência doméstica”, ficou “claro a situação de legítima defesa”.

“De acordo com a apuração que nós até agora conseguimos levantar, o ambiente era extremamente tóxico e permeado pela violência doméstica. Me parece que a situação chegou em um momento tão crítico e de tanto temor e receio, tanto do adolescente, como de sua genitora, que parece que o adolescente não viu outra maneira que não fosse a de tomar aquela atitude”.

“Não existe uma motivação específica da briga, porque os relatos nos apontaram que qualquer motivo dava margem para uma discussão, seguida de uma discussão e resultando em uma agressão”, afirmou Netto.

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