25 de abril de 2024

Variante Delta pode adoecer gravemente as crianças; saiba como protegê-las

Nos Estados Unidos, a variante Delta (B.1.671.2) do coronavírus SARS-CoV-2 já é perdominante. A estimativa é que 80% dos novos casos da COVID-19 sejam causados pela variante, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Neste cenário, surtos da doença voltaram a ser registrados em todo o país e o número de crianças infectadas cresce também, incluindo os casos graves. Por outro lado, apenas quem tem 12 anos ou mais pode se imunizar.

No cenário de aumento de casos pediátricos da COVID-19 nos EUA, o mito de que as crianças não podem ficar gravemente doentes começa ser desmentido. Mesmo que esses casos não sejam tão comuns, eles podem acontecer. Desde agosto de 2020, mais de 49 mil crianças foram hospitalizadas devido à infecção desencadeada pelo coronavírus. Neste mês, a média de hospitalizações diária está em 276 crianças.

Dessa forma, médicos e especialistas defendem que é fundamental proteger as crianças contra a variante Delta do coronavírus. Inclusive, essa proteção ajudará o controle da pandemia nos EUA, já que crianças também disseminam o vírus. Vale lembrar que, no Brasil, algumas cidades já registram a transmissão comunitária da variante, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Mortes e a falta de vacinas

Mesmo que crianças tenham menos probabilidade de morrer em decorrência do coronavírus do que os adultos, o número de óbitos é significativo. É o que explica a diretora do CDC, Rochelle Walensky. Segundo os dados federais, pelo menos 471 crianças norte-americanas morreram por causa da COVID-19.

Além disso, as complicações de longo prazo da COVID-19 também podem afetar as crianças e adolescentes, incluindo aqueles que estiveram assintomáticos ou apresentaram apenas sintomas leves. É o que explica a Academia Americana de Pediatria (AAP).

Por isso, a orientação é de que os pacientes pediátricos com resultado positivo devem ter pelo menos um exame de acompanhamento com um pediatra. Já crianças com formas moderadas ou graves da doença podem ter maior risco de doenças cardíacas subsequentes, por exemplo. Novamente, estas questões reforçam a importância do acompanhamento.

Baixa procura por vacinas

Além disso, a COVID-19 parece ser mais mortal para crianças do que outras doenças infecciosas e uma das explicações para isso está no fato de não existir vacinas aprovadas para todo o público pediátrico. Para outras doenças, existem vacinas amplamente disponíveis, comenta James Campbell, professor de pediatria da Escola de Medicina da Universidade de Maryland. “Ninguém está morrendo de poliomielite e de sarampo nos Estados Unidos. Ninguém está morrendo de difteria”, explicou o pesquisador ao comparar os óbitos de outras doenças com os da COVID-19.

Além disso, outro desafio para os EUA é estimular a vacinação da COVID-9 para toda a população. Mesmo com doses disponíveis, o país não conseguiu atingir metas ideias de vacinação. Por exemplo, adolescentes de 12 a 17 anos podem ser imunizados, mas muitos ainda optam por não receber a vacina. Talvez, seja necessário investir em mais campanhas que sensibilizem tanto os pais quanto as escolas.

Procura de adolescentes por vacinas é baixa (Imagem: Reprodução/Prefeitura de São Paulo)

No Brasil, a falta de interesse dos adolescentes dos 12 a 17 anos parece se repetir. Segundo dados da prefeitura de São Paulo, a procura nessa faixa etária por imunizantes está baixa. Até o momento, apenas 18.570 doses foram aplicadas nesses jovens. Para dimensionar a questão, o público-alvo é de 844.073.

Máscaras nas escolas

Com a variante Delta, o CDC recomenda que os alunos, a partir do jardim de infância, usem máscaras na escola como uma importante medida protetora. A recomendação deve se estender para professores e visitantes. Na mesma direção, a APP recomenda máscaras nas escolas para todas as pessoas com mais de 2 anos.

“Nossos filhos merecem ter um aprendizado seguro em tempo integral, presencialmente, com medidas de prevenção. E isso inclui o uso de máscara para todos nas escolas”, afirmou a diretora do CDC, Walensky. Afinal, essa medida é importante para o retorno seguro das aulas.

Além das máscaras nas escolas, é recomendado que as salas de aula tenham uma boa ventilação, seja mantido o distanciamento físico, testes de casos suspeitos devem ser realizados e o acompanhamento de pacientes positivos para a doença também merece atenção. Afinal, um único caso pode ser responsável por um surto e, consequentemente, impedir as aulas presenciais.

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