Coluna: Cassação dos direitos políticos de magistrados e policiais é um atentado contra a democracia

A Câmara Federal acabou de criar um cidadão brasileiro que não tem direitos, como deveria ter cada um dos 212 milhões de pessoas nascidas nesta terra de Cabral. Numa manobra solerte, eivada de maldades e ilegalidades, a maioria do Parlamento, jamais preocupada com a eleição, mas sempre com a reeleição, tirou de seu caminho milhares de possíveis concorrentes às suas vagas. Com a absurda decisão de uma quarentena inacreditável de quatro anos, a partir de 2026, magistrados e policiais de todas as organizações não poderão disputar eleições.

Uma vergonha, a que o país assistiu, boquiaberto, porque não imaginava que um golpe estava sendo tramado dentro do legislativo federal, onde deveriam estar as pessoas que representam o Brasil sério, decente, correto, amante da Constituição.

Ao impedir que pessoas de bem, tanto do Judiciário como do mundo policial tenham os mesmos direitos do que qualquer outro cidadão, inclusive os do mal (como Lula, por exemplo, suspeito de ser chefe da maior quadrilha que corroeu os cofres públicos e que está autorizado a concorrer em 2022), a Câmara Federal cassou os direitos políticos de quem presta, deixando intocados os de quem não vale nada.

Essa inversão de valores, aliás, tem sido a tônica de decisões que envolvem nossos parlamentos e, pior ainda, o Supremo Tribunal Federal, com suas medidas antidemocráticas e inconstitucionais. Não é possível acreditar que uma posição deste nível seja aceita passivamente e que, apenas por manobras políticas, sem nenhuma nobreza, se tire o direito líquido e certo, dado por nossa Constituição, a quem queira disputar cargo eletivo.

O que se espera é que o Senado (ele também, aliás, tem dado demonstrações claras de ignorar os desejos da maioria dos brasileiros, priorizando o espírito de corpo e as maldades), dessa vez ouça o furor das ruas e não concorde com essa nojeira. Que nossos senadores, ao menos os homens de bem que fazem parte deste Poder, não permitam que essa verdadeira vergonha praticada pela maioria dos deputados federais, seja transformada em lei.

A tendência, felizmente, é que a imensa maioria dos senadores não concorde com esse ato antidemocrático da Câmara e não vote o projeto antes de 3 de outubro. Caso não o faça – e é essa nossa torcida – toda a nova lei não valerá para o ano que vem. Depois, quando certamente for feita uma limpa, pelas urnas, nessa Câmara, que tão pouco tem feito pelo Brasil, certamente a excrescência será corrigida. Afora o Senado, que pode nos livrar desta bandalheira, é o voto do brasileiro, no ano que vem, que pode nos dar esperança de termos uma Câmara de Deputados decente em sua maioria. Ela, hoje, infelizmente, só tem sido decente por uma minoria.

Leia mais no blog OPINIÃO DE PRIMEIRA.

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