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Fusão de PSL e DEM pode levar senador Marcio Bittar a presidência do novo partido no AC

Por TIÃO MAIA, PARA CONTILNET

Senador Márcio Bittar/Foto: ContilNet

As executivas do PSL (Partido Social Liberal) e do DEM (Democratas) estão reunidas nesta terça-feira (21), em Brasília, tratando da fusão das duas siglas para a formação de um superpartido capaz de ter acesso a pelo menos R$ 450 milhões do fundo eleitoral e partidário, para financiar a campanha de seus candidatos em todo o país em 2022. A novidade desta reunião é que o encontro conta com a participação do senador Márcio Bittar, eleito pelo MDB e que deve ser o novo presidente regional do Partido que resultar da fusão, cujo nome ainda não foi definido.

De acordo com um aliado do senador Márcio Bittar, ele ainda não anunciou publicamente sua saída do MDB mas já teria comunicado à executiva nacional que iria para a nova sigla. O deputado federal Alan Rick, atual presidente regional do DEM, também deve permanecer na direção do novo Partido. O presidente regional do PSL, Pedro Valério, disse que não sabe, ainda, o que vi acontecer com ele. “Confio na direção nacional do PSL”, disse.

A cúpula do PSL é comandada pelo deputado federal Luciano Bivar (PE). Como o movimento em busca da junção de forças partiu da sigla, seus dirigentes não devem criar entraves — o que motiva as duas legendas é um jogo de ganha-ganha para ambos os lados.

O PSL caminha rachado desde que o presidente Jair Bolsonaro rompeu com Bivar e se desfiliou do partido. De lá para cá, fieis integrantes da base aliada e inimigos do Palácio do Planalto convivem às turras dentro do mesmo espaço.

A esperança do que será o chamado superpartido é que o presidente Jair Bolsonaro escolha a nova sigla para disputar a reeleição. O novo partido vai criar uma megapotência partidária porque a nova legenda deve nascer com 81 deputados federais e conquistar o posto de maior bancada na Câmara dos Deputados, com força para decidir votações importantes e ter peso significativo num eventual processo de impeachment de Jair Bolsonaro. Será a primeira vez em vinte anos que a direita reunirá tantos parlamentares em uma única agremiação.

A última vez foi no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, quando o PFL (atual DEM) elegeu 105 representantes. Caso a nova sigla seja concretizada, vai desbancar o PT, que desde 2010 elege as maiores bancadas na Câmara. Em 2018, foram 54. Mesmo que 25 parlamentares bolsonaristas deixem o novo partido, como esperado, a sigla que será criada seguirá com o maior número de deputados.

A ideia de dirigentes de PSL e DEM é usar a megaestrutura que está sendo formada para atrair uma candidatura à Presidência em 2022 capaz de rivalizar com Bolsonaro e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de maior partido da Câmara, a nova legenda deve controlar três Estados, favorecendo a formação de palanques regionais nas disputas eleitorais. Hoje, o PSL governa Tocantins, com Mauro Carlesse, e o DEM administra Goiás, com Ronaldo Caiado, e Mato Grosso, com Mauro Mendes.

O novo partido também deve ser o mais rico de todos. Terá perto de R$ 158 milhões por ano de Fundo Partidário, dinheiro público que abastece as legendas para gastos que vão de manutenção de sede, pagamento de salários, aluguel de jatinhos, entre outros. Em comparação, o PT ganhará R$ 94 milhões dessa verba pública neste ano.

A sigla que pode sair da fusão DEM-PSL receberá ainda, no que ano vem, a maior fatia do fundo eleitoral, cujo valor ainda deve ser fixado pelo Congresso. Se considerada a soma dos valores de 2020, o novo partido teria R$ 478,2 milhões, à frente do PT, que ficou com R$ 295,7 milhões somando as duas fontes de dinheiro público.

Do lado do DEM, a união é vantajosa justamente por causa do aumento de recursos públicos. Para o PSL, os principais atrativos para a fusão são a capilaridade regional e estrutura que a outra sigla pode oferecer.

O partido resultante da fusão reuniria ainda 554 prefeitos, 130 deputados estaduais e 5.546 vereadores, segundo o número de eleitos nas últimas eleições. No Senado, a alteração não seria tão significativa, pois o PSL acrescentaria apenas mais dois parlamentares – a senadora Soraya Thronicke (MS) e Márcio Bittar, do Acre.

Dentro do PSL a união já é dada como certa e esperam anunciá-la até o final da tarde de hoje. A fusão dentro do DEM também tem o apoio do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, apontado como provável candidato à sucessão de Jair Bolsonaro. O ex-ministro tem articulado a sua pré-candidatura ao Planalto. Pelo lado do PSL, o pré-candidato é o apresentador José Luiz Datena. Outro citado como opção para 2022 é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) – ele é cobiçado pelo PSD e pode acabar saindo do DEM.

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