Estudante de 10 anos de Manaus é selecionada para fase nacional da Olimpíada de Informática

Em meio a aulas remotas, provas online e pouco contato presencial com outros estudantes por conta da pandemia, uma aluna da rede municipal em Manaus ganhou destaque ao ser selecionada para a fase nacional da Olimpíada Brasileira de Informática. Emily Padron, de 10 anos, concorre na modalidade de iniciação nível Júnior, que é disputada por alunos do 4º e 5º ano do ensino fundamental.

Emily estuda na Escola Municipal Ester, que fica no quilômetro 8 da BR-174. Ela conta que desde pequena sempre foi interessada em informática.

A rotina dela não foge daquela de outros alunos da sua idade em meio à pandemia de Covid: ela acorda cedo, às vezes ajuda a mãe nas tarefas de casa e vai assistir às aulas de forma remota, pela TV de casa. “Eu sempre gostei de estudar e também de ler. Para mim é incrível poder participar de atividades do tipo”, afirma.

A competição é feita nos moldes das Olimpíadas Nacionais de Matemática, Física e Astronomia. Para concorrer e ser selecionada, Emily teve que fazer provas de 20 questões sobre raciocínio lógico. Todo o processo aconteceu pela internet.

“Eu fiquei muito feliz em ser classificada, porque as questões estavam difíceis. Tive que me preparar bastante”, conta Emily.

Emily fazendo a prova de forma online — Foto: Arquivo pessoal

Emily fazendo a prova de forma online — Foto: Arquivo pessoal

A paixão pela informática nasceu desde o 1º ano, quando Emily começou a estudar na instituição e, de lá pra cá, participa de todas as atividades voltadas à área na escola.

“Eu passei a me interessar por informática quando comecei a frequentar oficinas na escola que ensinavam a manusear o computador, como usar os programas e coisas assim no Telecentro da minha escola. Tem um grupo na escola que trabalha com linguagem de programação e foi ali que acabei gostando”, relembra.

O professor e coordenador de tecnologias educacionais da escola, Eumar Nascimento, conta que ela é uma aluna interessada pelas atividades acadêmicas.

“A Emily faz parte da geração Z, assim como outros estudantes da faixa etária dela, ela está imersa no mundo digital, mas também usa esses recursos e habilidades não só para se divertir, mas também para estudar e se aprofundar mais no assunto que é passado na escola. Ela sempre foi assim e esse é um diferencial dela”, conta o professor.

Apesar do interesse pelo assunto e incentivo dos professores, a situação nem sempre é fácil. Na zona rural, o sinal de internet é um fator que gera preocupação, pois nem sempre atende às necessidades dos alunos. O professor conta que como, a escola fica em uma zona rural, Emily é uma das poucas alunas que conseguem ter acesso ao serviço de internet.

“Ela mora em uma comunidade humilde, na rodovia. Hoje já temos sinal de internet de algumas operadoras lá e ela é uma das poucas crianças que usufruem desse serviço, nem todas têm a mesma realidade. A maioria dos nossos alunos não têm acesso a nada. Ano passado, a mãe dela fez um sacrifício e comprou um celular para que ela acompanhasse as aulas”, disse Eumar.

Emily conta que o sentimento de orgulho prevalece diante das conquistas. Ela conta também que esse é só o início de uma jornada de sucesso.

“Quero focar nos meus estudos e pensar no meu futuro, mas já sei que amo aprender sobre linguagem de programação”, finaliza.

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