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Mais de 90% da população de Rio Branco tem dívidas a pagar, revela pesquisa Fecomércio/AC

Por RENATO MENEZES, PARA CONTILNET

Ruas de Rio Branco - Acre. Foto: Secom.

Segundo pesquisa da Federação do Comércio no Acre (Fecomércio/AC), divulgada nesta terça-feira (14), pelo menos 61% dos rio-branquenses tiveram familiares que perderam renda financeira em decorrência da pandemia de Covid-19. O levantamento, que constatou situação de endividamento dos consumidores de Rio Branco, foi feito entre os dias 31 de agosto a 03 de setembro com 168 consumidores da capital que possuem renda média mensal de até dois salários mínimos.

O motivo principal que embasa este percentual, apontado pelo sistema Fecomércio-Sesc-Senac/AC, está sustentado nas restrições comerciais que houveram no início da pandemia, em março de 2020.

Com o aumento da inflação, que ocasionou reajustes frequentes no gás de cozinha, combustível e na conta de luz, fez com que houvesse um “enfraquecimento progressivo da capacidade financeira dos consumidores”, destacou a pesquisa.

Sobre isto, a Fecomércio/AC identificou também que hábitos de consumo foram remodelados a fim de driblar a inflação. 23% dos entrevistados revelaram que estavam diminuindo consumo de bens eletroeletrônicos a fim de poupar gastos, e 20% disseram que possuem mais rigor em desperdiçar bens de consumo.

ENDIVIDAMENTO

Os números mostraram também que a situação da população rio-branquense é de endividamento. Pelo menos 93% das pessoas que estão economicamente ocupadas, ou seja, com dívidas a quitar, possuem contas parceladas a pagar por, pelo menos, durante os próximos seis meses.

Dentre este percentual, 32% dos entrevistados revelaram que possuem renda comprometida em 70% ou mais, o que significa que quando o trabalhador recebe seu salário, mais da metade da renda é destinada a pagar conta.

Outra informação curiosa a respeito dos endividados é que 45% destes revelaram que atrasam o pagamento destas pendências. 56% dos entrevistados, inclusive, destacaram que eles precisam de pelo menos 30 dias para regularizar as dívidas. “Dentre os motivos para atrasos nos pagamentos de dívidas parceladas, 33% reclamam que as despesas de consumo passaram a exigir mais do orçamento doméstico; para outra parcela de 26%, o motivo é a falta de controle sobre as contas a pagar”, pontuou.

Todas estas percentagens culminaram na constatação de que 72% das pessoas tiveram seus planos e projetos pessoais atrapalhados pelo cenário pandêmico, tanto pela falta de emprego como pelo aumento dos preços.

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