Parlamentares criticaram, nesta segunda-feira (6/9), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por editar, um dia antes das manifestações bolsonaristas de 7 de setembro, uma Medida Provisória (MP) que dificulta a remoção de conteúdo da internet. Desta forma, o presidente atende a uma demanda de aliados, que vinham tendo publicações excluídas das redes sociais por supostamente propagarem fake news e discurso de ódio.
O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que entrará na Justiça para que seja declarada a inconstitucionalidade da medida e pedirá ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que a devolva.
“Bolsonaro editou Medida Provisória para deformar o Marco Civil da Internet, uma lei brasileira que é referência mundial e da qual tive a honra de ser relator. Seu objetivo não é proteger a liberdade de expressão, o que o MCI já faz. O que deseja é impedir que a desinformação e o discurso de ódio que ele e seus apoiadores espalham possam continuar a ser removidos pelas plataformas”, declarou Molon. “Pedirei ao Presidente do Congresso que devolva a MP e, enquanto isso, já estamos preparando ação na Justiça contra a mesma”, agregou.
Ex-aliada de Bolsonaro, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) reclamou que o Marco Civil da Internet foi debatido com a sociedade durante sete anos e Bolsonaro alterou com uma canetada “de forma autoritária”. “A MP é inconstitucional. JB legisla em causa própria!”, afirmou ela, defendendo ainda que a medida seja derrubada o quanto antes.