Um tatu-canastra – espécie rara desse tipo de mamífero – foi flagrado se “espreguiçando” em uma pequena área de terra de uma propriedade rural de Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, a 140 km de Campo Grande. O flagrante feito por câmera de monitoramento, faz parte do projeto tatu-canastra, programa de conservação da espécie que há mais de 10 anos atua na região. (CLIQUE AQUI e assista o vídeo).
Segundo o biólogo e responsável pelo projeto no estado, Arnald Desbiez, a imagem do animal publicada em uma rede social do projeto, no último sábado (4), foi feito na fazenda Baia das Pedras – local de pesquisa e de estudo da espécie, considerada o maior tatu do mundo.
Desbiez explica que o tatu-canastra é uma espécie extremamente rara e de hábito solitário e noturno. Para estudar o animal, os pesquisadores utilizam uma armadilha fotográfica que tem um sensor. Quando o tatu passa em frente desta estrutura, é fotografado ou até filmado: “essa câmera é os nossos olhos no campo. Por meio dela, nós podemos ver o animal na qual podemos ter acesso a registros de comportamento”, explicou.
Ainda de acordo com o biólogo, as câmeras são instaladas em áreas que potencialmente o tatu-canastra pode utilizar. Próximo de cupinzeiro, em trilhas ou como no caso do flagrante, feito na frente de um buraco utilizado pela espécie que estima que pode viver por mais de 20 anos.
Conforme Desbiez, o tatu-canastra passa em torno de 70 a 80% do tempo dela dormindo debaixo da terra e sem se mexer: “quando ele sai, ele se espreguiça, se coça e geralmente fica bem tranquila. Fora da toca, ele se alimentar principalmente de cupins, formigas e até frutas. Ficando fora umas 5 horas, depois cava um novo buraco onde pode permanecer por até 20h”, reforça.
O pesquisador ainda explica que o Pantanal é considerado uma área relativamente preservada e adequada para estudar o tatu-canastra, com o apoio dos proprietários da fazenda Baia das Pedras, é possível analisar o animal como um todo:
“A espécie é vulnerável a extinção. Nossos estudos apontaram que o tato-canastra chega a maturidade sexual em uma média de 7 anos e só depois tem um só filhote por vez a cada três anos. Por isso é necessário preservar porque qualquer impacto, pode interferir de forma direta na taxa de crescimento do tato que considera muito baixa”, explicou.
Tatu-canastra
Considerado pelos biólogos como uma “espécie raríssima”, o tatu-canastra pode ser encontrado em algumas regiões do Pantanal, cerrado, de campos e na Mata Atlântica.
O mamífero chega a pesar 50 quilos e é conhecido como o “engenheiro do ecossistema”. O motivo, segudo os pesquisadores, é a descoberta de que suas tocas servem como habitat e abrigo para outros animais.
A espécie conhecida como “canastra” é considerada como a “maior do mundo”. Ao lado de um homem de 1,75 metro, essa espécie fica na altura do joelho (veja infográfico acima) .