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A Covid-19 afeta o cérebro? Os especialistas acreditam que sim

Por NOTÍCIAS AO MINUTO

© Shutterstock

Afinal, ser infectado por Covid-19 pode ou não ser um fator de risco para desenvolver doenças neurológicas no futuro? Um estudo recente deu novas evidências de que a infecção pelo novo coronavírus pode mesmo comprometer o normal funcionamento do cérebro.

A investigação, publicada na Nature Neuroscience, é a primeira a demonstrar como o vírus SARS-CoV-2 pode danificar diretamente as células do cérebro. O grupo de cientistas identificou células vasculares que compreendem a barreira hemato-encefálica e admite que estas podem ser destruídas pelo novo coronavírus, podendo levar, consequentemente, à ocorrência de danos cerebrais, tanto a curto como a longo prazo.

São várias as hipóteses levantadas neste estudo. A disfunção cognitiva, também conhecida como “nevoeiro cerebral”, é uma das queixas frequentemente relatadas pelos indivíduos infectados por Covid-19, mesmo entre quem já recuperou.

Esta nova investigação se concentrou na análise de células endoteliais vasculares cerebrais – um componente essencial da barreira hemato-encefálica, a parede protetora que ajuda a manter moléculas estranhas ou tóxicas ao organismo fora do cérebro. Os cientistas começaram por analisar o tecido cerebral de indivíduos que morreram vítimas de Covid-19, tendo sido encontradas mais células mortas em doentes infetados.

Passando a experiências com células e animais, testaram a hipótese de como o vírus pode matar essas células endoteliais. E é aí que surge a teoria de que pode ocorrer a diminuição do fluxo sanguíneo para as regiões cerebrais, o que pode levar a que ocorrem problemas cognitivos ou aumentar o risco de doença neurodegenerativa.

Ainda assim, os investigadores acreditam que estes danos podem ser reversíveis, através da vacinação. “Tanto quanto sabemos, a vacinação protege-nos contra os danos vasculares, uma vez que o sistema imunológico atua contra o vírus no nosso sangue, de onde as células endoteliais estão infetadas”, diz o neurocientista Jan Wenzel, co-autor do estudo.

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