Depois de ter namorado nos últimos meses vários partidos, como o Podemos, PTB, PP e até mesmo o PSL, pelo qual se elegeu e depois saiu, o presidente Jair Bolsonaro está, politicamente, na antesala do Partido Liberal (PL) para se filiar e ter, enfim, um partido para concorrer à reeleição.
A informação foi dada na tarde desta quinta-feira (21), diretamente de Brasília, pelo senador Márcio Bittar (ex-MDB) ao ContilNet, logo após sair de uma reunião com o senador Flávio Bolsonaro (Podemos–RJ), filho do presidente, o qual confirmou convite do PL a seu pai e que ele estaria inclinado a assinar ficha nesta sigla. A ida de Bolsonaro poderia mexer com o tabuleiro político no Acre, mas Márcio Bittar diz que não.
A primeira mexida seria a que, caso se confirme a filiação presidencial ao PL, isso poderia fortalecer a candidatura da deputada federal Mara Rocha ao Governo, já que ela já anunciou sua saída do PSDB para o PL, por onde disputaria a governança estadual em 2022. Mas, ainda assim, segundo o senador Márcio Bittar, em nada afetaria uma possível candidatura à reeleição do governador Gladson Cameli pelo Progressistas.
“Com a Márcia sendo candidata ao Senado ao lado de Bolsonaro, ela teria ainda mais condições de fazer com que o presidente, mesmo filiado ao PL, continue a apoiar a reeleição de Gladson Cameli, já que a grande preocupação dele é em fazer uma bancada forte no Senado”, disse Bittar. De acordo com o senador, a candidatura de sua ex-mulher ao Senado foi construída ainda em agosto do ano passado, quando o senador Flávio Bolsonaro o levou para uma conversa com o presidente.
“Ali, eu disse ao presidente Bolsonaro: não adianta o senhor ser reeleito com a bancada que temos no Senado. Ele concordou. A partir daquela conversa, passamos a mapear nos estados quem poderia ser candidato ao Senado numa composição política e ideológica com o presidente”, contou Márcio Bittar.
Caso então Bolsonaro se filie mesmo ao PL, quem sairia ganhando seria Márcia Bittar e Gladson Cameli, porque a pré-candidata ao Senado levaria o presidente a apoiar a reeleição do governador acreano caso ela seja a escolhida pelo governador ao Senado. “Não há pressão de nossa parte, mas a Márcia já manifestou o desejo de, onde ela estiver, ao lado de Bolsonaro, formar chapa com o Gladson para o Governo”, disse Márcio Bittar.
Neste caso, a polêmica ficaria em torno de outras pré-candidaturas ao Senado (os deputados Alan Rick, Vanda Milani e Jéssica Sales, além da senadora Mailza Gomes). “Isso, o Gladson tem que resolver, principalmente dentro do partido dele. Nossa data é até dezembro e não abril do ano que vem, como querem alguns deputados do PP”, disse.