O delegado Josemar Portes, diretor geral de Polícia Civil do Acre cujo cargo é equivalente a uma secretaria de Estado, deverá ser investigado por órgãos de controle por suposto abuso de poder na última terça-feira (26) contra funcionários da empresa Energisa. A autoridade policial está sendo acusada por funcionários da empresa privada de fornecimento de energia elétrica, de ameaças e constrangimento cometidos com uso de arma de fogo enquanto eles exerciam suas atividades profissionais.
O delegado, segundo os funcionários, lhe dera voz de prisão em flagrante quando eles foram a residência ele cortar a energia do imóvel por falta de pagamento. Em resposta às acusações, o delegado disse que de fato utilizou-se de sua autoridade de cidadão com base no princípio legal de crime de dano, já que o corte de energia estava se dando de forma abusiva, uma vez que ele apresentara os recebidos e comprovantes de pagamento da energia e que, mesmo assim, os servidores insistiram no desligamento.
Contra o delegado foi registrado boletim de ocorrência, no qual dois funcionários da distribuidora acionam a Polícia Militar informando que estavam sendo ameaçados com arma de fogo ao cumprir ordem de corte de energia em uma casa no bairro Raimundo Melo, em Rio Branco. Os funcionários alegam que estavam sendo ameaçados para fazerem a religação da energia na casa.
Chegando ao local, a PM constatou que o morador da casa era o delegado Josemar Portes, o qual reafirmou que a equipe da Energisa havia cortado a energia mesmo ele apresentando o comprovante de pagamento. Por isso, havia dado voz de prisão aos dois, podendo ser conduzidos à Delegacia de Flagrantes (Defla).
“Como cidadão, não como delegado, dei voz de prisão por crime de dano e perturbação de sossego. Cortar luz de qualquer residência indevidamente é crime de dano”. Disse o delegado.
Com medo de terem que enfrentar a prisão, os dois funcionários religaram a energia e acionaram a PM, que orientou o registro do boletim de ocorrência e não precisou conduzir o delegado porque, segundo a equipe, não havia confusão no momento. No BO, os funcionários chegaram a alegar que iriam acionar a Corregedoria da Polícia Civil. A Energisa emitiu nota dizendo que, ao determinar a suspensão de energia no imóvel, ~]ao sabia se tratar do residência do delegado.