SÃO PAULO – Em um dia de forte instabilidade nas redes sociais de Mark Zuckerberg, como Instagram, Facebook e WhatsApp, as ações do Facebook negociadas na bolsa de Nova York (Nasdaq), fecharam o pregão desta segunda-feira (4) em queda de 4,89%, a US$ 326,23, na maior baixa diária desde 20 de outubro de 2020, quando os papéis tiveram baixa de 6,3%.
A baixa acontece após alegações de uma ex-cientista de dados do Facebook, Frances Haugen, de que a rede de mídia social tem colocado o lucro antes da segurança dos usuários.
Durante programa na rede americana CNBC, Haugen alegou que a gigante da mídia social tem enganado os investidores sobre como tem lidado com o discurso de ódio e desinformação em sua plataforma.
Ela forneceu milhares de páginas de documentos ao jornal The Wall Street Journal e deve testemunhar perante o Congresso americano na manhã de terça-feira (5).
Somada a isso, a instabilidade das redes contribui para um dia de mau humor para os acionistas do Facebook.
A queda, contudo, não é exclusiva das ações do grupo de Zuckerberg. Os papéis do Twitter e da Snap Inc., negociados na bolsa americana, também tiveram forte queda nesta segunda, de 5,76% e 5,37%, respectivamente.
As ações da Apple, Microsoft, Alphabet (Google) e Amazon também encerraram o pregão em baixa, da ordem de 2%.
O movimento de queda das empresas de tecnologia acontece em meio aos temores de aumento dos juros nos Estados Unidos, que tende a ferir empresas de crescimento, com fluxo de caixa muito alongado no futuro.
Em outras palavras, o potencial aumento de juros atinge a precificação das empresas. Isso porque o crescimento acelerado depende de financiamentos que, por sua vez, tendem a ficar mais caros com os juros mais elevados.
A tendência, inclusive, é vista na Bolsa brasileira, com baixas da ordem de 11% e 14% dos papéis de Banco Pan (BPAN4) e Banco Inter (BIDI11), respectivamente, em meio às preocupações com a alta da taxa básica de juros no país.