24 de abril de 2024

Caso Wilson pinheiro será reaberto 41 anos depois de sua morte

“Foi graças ao trabalho de vocês que conseguimos esta vitória”, disse, nesta segunda-feira (22), em Epitaciolândia, a ex-vereadora Hiamar Pinheiro, de 56 anos, ao se referir ao repórter e ao site ContilNet, sobre a possível reabertura do caso do assassinato de seu pai, o então presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Brasileia, Wilson de Souza Pinheiro, assassinado em julho de 1980, em circunstâncias nunca esclarecidas. O autor ou autores do assassinato nunca foi ou foram identificados, mesmo 41 anos após o homicídio.

A reabertura do caso deverá ocorrer em função de reportagem sobre o assunto sobre os 40 anos do assassinato, lembrados pela reportagem em julho do ano passado. A reabertura será feita pelo Ministério Público Federal (MPF) para apurar possível omissão dos órgãos de segurança, tanto em nível estadual como federal, na época do crime. O caso já está sendo investigado através de inquérito civil para apurar eventual omissão dos entes federados na investigação da morte de Wilson Souza Pinheiro, no qual já foi ouvida, na semana passada, a filha da vítima.

“Fui convidada a ir lá no MPF para falar sobre o caso a partir da reportagem que vocês publicaram sobre o assunto”, disse a ex-vereadora, que tinha, na época do assassinato, 15 anos e idade. Wilson Pinheiro foi assassinado na época em que presidia o então maior sindicato de trabalhadores rurais da Amazônia e o Acre vivia o enfrentamento e reação de seringueiros, colonos e ribeirinhos à implantação do projeto de pecuária e bovinização do Acre. Foi ele que criou a modalidade de impedimento de derrubada das florestas através do movimento popularizado por Chico Mendes, seu ex-seguidor, como “Empate”.

A reabertura do caso está sendo possível por decisão do procurador regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal no Acre, Lucas Costa Almeida Dias, para apurar a atuação dos entes federados na investigação do caso Wilson Souza Pinheiro. O MPF buscará a existência de eventual acervo documental sobre o crime, o com o objetivo de defesa da verdade e da memória e reparação das vítimas, preservação e divulgação da memória e implementação de reformas institucionais.
No âmbito do inquérito, já foram expedidos ofícios ao Tribunal de Justiça (TJ/AC), ao Ministério Público (MP/AC), ao Governo do Acre e ao comando do Exército no Acre para que informem se há registros documentais da morte de Wilson Pinheiro, bem como se existem informações sobre processos ou procedimentos instaurados para apurar o crime.

“Já depus na semana passada”, admitiu Hiamar Pinheiro, ao falar da de seu depoimento, assim como determinada a pesquisa sobre outros personagens importantes dos fatos na época. Após a coleta das informações e o cumprimento de outras diligências que forem necessárias, o MPF decidirá quais são as medidas cabíveis para o caso.

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