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Com fiéis armados de fuzil, seita liderada por filho do reverendo Moon avança nos EUA

Por EXTRA

Seguidores de Moon armados com fuzis em culto do Santuário de Unificação e Paz Mundial Foto: AFP

O nome é pomposo: Santuário de Unificação e Paz Mundial. A liturgia não fica atrás. Mas eles estão armados para uma “guerra”. Com sede na Pensilvânia (EUA), a seita é liderada por Hyung Jin Sean Moon, um pastor americano adepto de teorias da conspiração que faz pregações para fiéis com uma característica bem peculiar: muitos frequentam os cultos ultraconservadores armados de fuzis. Ou, como preferem chamar, os cajados de ferro (expressão pela qual a seita também é conhecida). As armas de grosso calibre (algumas chegam a ser banhadas a ouro) costumam ser abençoadas pelo chefe da seita.

Fiel seguidora de Moon empunha um fuzil em culto Foto: AFP

 

O próprio Moon é visto frequentemente empunhando um AR-15. Para completar o visual, o líder usa uma coroa, em óbvia referência bíblica. Mas nada de espinhos: ela é formada por balas de fuzil. O pastor é filho do famoso reverendo Moon, sul-coreano já falecido que ganhou fama como televangelista, dizia ser um “messias” e teve problemas fiscais nos EUA.

“Cada um de nós deve usar o poder do cajado de ferro não para armar ou oprimir, como foi feito em reinos satâncios deste mundo, mas para proteger os filhos de Deus”, declarou uma vez o chefe da seita, que é casado com Yeon Ah Lee Moon, uma das fundadoras do movimento.

Moon com um simpatizante Foto: Reprodução/Instagram

O filho segue os mesmos passos e, exatamente como o pai, gerando preocupação de autoridades. Recentemente, noticiou-se que a seita adquiriu uma enorme propriedade rural no Tennessee. O local é chamado de “centro de treinamento”. Além disso, os “moonies”, como os fiéis são conhecidos, estão cada vez mais próximos de figuras da extrema-direita americana e de lobistas das armas. A seita já tem uma propriedade a cerca de 60km de Waco (Texas), local de um massacre envolvendo seguidores do também autoproclamado “messias” David Koresh, em abril de 1993. Koresh, outros 54 adultos e 21 crianças morreram no incêndio após cerco do FBI ao local.

Hyung Jin Sean Moon: pregação com fuzil e espadas ao estilo samurai Foto: Reprodução/YouTube
Hyung Jin Sean Moon e seu fuzil dourado Foto: Reprodução/YouTube

Moon chama os seus sermões e “Relatórios do Rei” e discute com fiéis, que se definem como patriotas, uma guerra iminente contra o “Deep State” (como é conhecida uma suposta estrutura global de poder, reunindo grandes corporações e entidades políticas) semelhante à teoria da conspiração QAnon (que afirma sem qualquer fundamento que Trump está travando uma guerra secreta contra pedófilos adoradores de Satanás do alto escalão do governo, do mundo empresarial e da imprensa), um dos braços de apoio de Donald Trump. A seita acredita que a sua filosofia seria capaz de impedir muitos dos massacres ocorridos em escolas e universidades americanas.

“Os globalistas marxistas internacionalistas estão tentando iniciar uma guerra civil aqui para que possam trazer tropas da ONU tropas e militares chineses para destruir e matar todos os proprietários de armas, cristãos e qualquer oposição”, disse ele em um sermão.

Muitos torcem o nariz. “É um barril de pólvora. Quando você combina fanáticos com pessoas que possuem uma fábrica de armas, fico muito preocupado”, alertou um deles, Steven Hassan, que chegou a seguir o reverendo Moon.

Hassan está se referindo à Kahr Arms, fábrica de armas fundada por Justin Moon, irmão de Hyung Jin. Os dois, disse a “Vice”, estiveram no cerco de ultraconservadores ao Capitólio, em Washington, em janeiro. A invasão do coração parlamentar dos EUA terminou com a morte de cinco pessoas.

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