A ex-ministra do Meio Ambiente, acreana Marina Silva, disse que os dados do desmatamento da Amazônia, que mostra que em 2020-2021 registraram o maior índice de desmatamento do país dos últimos 15 anos, é um “duplo escândalo”, disse em seu Twitter.
“13.235 km2 de floresta destruída e também o fato de que tal dado foi escondido pelo ministro Joaquim Leite, enquanto acontecia a COP 26”, continuou.
O Governo Bolsonaro tem sido acusado de segurar a divulgação dos dados para que ela não coincidisse com a data da Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP-26, já que o documento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) ter a data de 27 de outubro, mas só foi divulgado na última quinta-feira, 18 de novembro, 22 dias após o documento ser elaborado e após o fim da COP26, que encerrou no sábado (13).
Marina Silva acrescenta que os dados desmentem as falas do atual ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, durante a conferência e a de Bolsonaro durante sua viagem ao Oriente Médio, onde disse que mais de 90% da Amazônia está preservada e “exatamente igual a quando o Brasil foi descoberto”.
“Dados do desmatamento acumulado no ano, ocultados pelo ministro Joaquim Leite desde 27 de outubro, desmentem não só as falas dele na COP 26, mas também as do presidente Bolsonaro na viagem ao Oriente Médio. Perdemos 13.235 km2 de florestas, 21,97% a mais que o ano passado”, declarou Marina.
Desmatamento no Acre
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta quinta-feira (18), mostram que, no período de 01 agosto de 2020 a 31 julho de 2021, o Acre desmatou 871 km² de áreas de Floresta Amazônica. O índice apurado pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) representa um aumento 23,37% em comparação ao período anterior quando foram desmatados 706 km².