No dia do músico, artistas do AC relatam experiências e desafios: “Música tem poder na vida das pessoas”

“A música é o tipo de arte mais perfeita: ela nunca revela o seu último segredo”. Esta frase do poeta Oscar Wilde conceitua, com veemência, o trabalho que os músicos costumam desenvolver dentro dos estúdios, em cima dos palcos ou qualquer ambiente que dê de expressar os sentimentos através de uma canção.

Buscar harmonia, pensar em sequências melódicas e instrumentos para, então, gerar um produto final, não é uma atividade fácil e simples de ser feita, independentemente de gênero musical.

COMPOSIÇÃO

No caso do acreano Pedro Lucas, que está no ramo da música há quatro anos, a relação de proximidade com a música vai muito além de sentar e compor. Segundo o artista, o processo criativo envolve sentimento. “Vou destrinchando tudo que vi, ouvi, vivi, e sento junto com o violão e busco nos acordes, nas notas e nas vibrações algo que compactue com o sentimento que eu quero passar na letra”.

Ainda de acordo com ele, a música tem um poder muito forte na vida das pessoas. Por conta disto, comentou que é importante ter responsabilidade com o que está escrevendo. “A música é uma maneira que tenho de desopilar de muitas coisas da vida. As músicas no geral vêm muito acompanhadas de um sentimento, seja tristeza, alegria, amor, e transformar esses sentimentos em música é uma maneira de lidar com o sentimento e de expressar algo da nossa vida para quem for escutar”.

Além disto, o artista pontuou que é importante que as pessoas e as instituições de fomento de cultura locais se engajem para promover políticas de incentivo aos artistas, visto a competitividade que o mercado da música vem ganhando.

“Como músico independente, vejo que precisamos de políticas públicas mais inclusivas, é muito difícil emplacar uma carreira sendo independente. Os artistas acreanos deveriam receber valorização. Hoje nosso maior meio é a internet, e acaba que fica faltando (incentivo) no meio das iniciativas políticas”, destacou.

PRODUÇÃO

João Araújo, produtor e violonista, também pensa a mesma coisa no que diz respeito aos incentivos a artistas locais. Para ele, que enxerga a música como uma arte milenar, ser músico é ser “capaz de transformar e elevar profundamente aqueles que nela se espelham”.

João Araújo (à esquerda) produziu o Festival Margem Jazz em Rio Branco (AC). Foto: Ramon Aquim.

“No meu caso, o processo de produção tem início com a necessidade de expressão aliado a um desejo por mudanças e transformações que o evento ou a música podem impulsionar. O momento anterior à execução das ideias costuma ser intenso e carregado de caos criativo. Momento de bastante trabalho na concepção e organização do projeto pretendido. Nessa etapa não pode faltar a boa música como inspiração”, disse.

O violonista produziu, recentemente, o Festival Margem Jazz, que contou com a participação de diversos músicos locais e que incrementou ainda mais em uma jornada que perdura há mais de 15 anos. “Em minha concepção a realização musical está na vivência diária da própria arte. Na essência do som, no estudo, na criação, no processo”.

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