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O que é Thanksgiving, o Dia de Ação de Graças, feriado mais popular dos EUA

Por G1

Atrizes desempenhando os papéis de Susanna Winslow e Priscilla Alden preparam comida antes do feriado de Ação de Graças em réplica de vila inglesa do século 17 nos Museus Plimoth Patuxet em Plymouth, Massachusetts, EUA, na quarta-feira (24) — Foto: Reuters / Brian Snyder

Embora também seja celebrado em outros países, o Thanksgiving, ou Dia de Ação de Graças, é o feriado mais tradicional dos Estados Unidos, e sua importância é comparada ao Natal. Pelo costume das famílias em se reunirem para um grande almoço, é ainda uma das datas que mais movimenta o tráfego aéreo e as estradas do país.

Celebrado na quarta quinta-feira de novembro, ele deu origem também a um fenômeno comercial na sexta-feira subsequente: a Black Friday, dia em que lojas de todos os setores promovem descontos para aproveitar o feriado prolongado.

Mas o que exatamente se comemora no Dia de Ação de Graças, quando os norte-americanos costumam agradecer as “graças” que obtiveram ao longo do ano que está quase chegando ao fim?

A origem da celebração não é totalmente conhecida, mas a versão mais aceita historicamente diz respeito a um banquete realizado em 1621 em Plymouth, que reuniu peregrinos ingleses e indígenas Wampanoag, que celebraram juntos uma excelente colheita, fruto do trabalho conjunto.

Segundo registros, os ingleses haviam chegado em 1620 em Massachusetts, após uma terrível viagem de 66 dias a bordo do navio Mayflower. Em seu primeiro inverno ali, eles sofreram “presos” no próprio navio com um frio brutal e doenças que exterminaram metade dos 102 viajantes.

Quando finalmente desembarcaram, malnutridos e doentes, foram recebidos por um índio que falava inglês, já que havia sido levado à Inglaterra como escravo, mas tinha conseguido fugir e voltar.

Esse índio, Squanto, da tribo Pawtuxet, conseguia se comunicar com os colonos e os teria ensinado a cultivar milho, pescar e evitar plantas venenosas da região. Também seria mérito dele uma aliança entre os ingleses e os Wampanoag, que resultou em um acordo de paz que durou mais de 50 anos.

Para comemorar o sucesso da primeira colheita bem-sucedida e agradecer a Deus, foi realizado um banquete de três dias, considerado o “primeiro Thankisgiving”, segundo um relato do peregrino Edward Winslow.

Ainda segundo relatos, uma segunda celebração ocorreu em 1623, para agradecer pelo final de uma longa seca que havia ameaçado a colheita daquele ano. A partir de então, banquetes religiosos anuais de agradecimento se tornaram tradição em outras colônias na região conhecida como Nova Inglaterra.

Feriado

Embora já fosse celebrado há mais de dois séculos, o Thanksgiving só foi transformado em feriado nacional nos Estados Unidos por Abraham Lincoln, em 1863, durante a Guerra Civil, clamando a todos os americanos que pedissem a Deus que “recomende ao seu terno cuidado todos aqueles que se tornaram viúvas, órfãos, enlutados ou sofredores na lamentável contenda civil” e para “curar as feridas da nação”.

Protestos

Um artista histórico desempenhando o papel de Myles Standish é visto em réplica de vila inglesa do século 17, antes do feriado de Ação de Graças nos Museus Plimoth Patuxet em Plymouth, Massachusetts, EUA, na quarta-feira (24)  — Foto: Reuters/Brian Snyder

Um artista histórico desempenhando o papel de Myles Standish é visto em réplica de vila inglesa do século 17, antes do feriado de Ação de Graças nos Museus Plimoth Patuxet em Plymouth, Massachusetts, EUA, na quarta-feira (24) — Foto: Reuters/Brian Snyder

Mas nem todos concordam com a forma como a origem do feriado é apresentada, e argumentam que a história suaviza as relações entre os peregrinos e os indígenas, deixando de lado os confrontos entre os dois grupos, especialmente os episódios de violência contra os nativo-americanos.

Além disso, há muitas controvérsias sobre se o banquete de Plymouth sequer teria sido o primeiro do tipo. Historiadores citam pelo menos dois casos que poderiam ser consideradas celebrações prévias de Thanksgiving no que viria a se tornar os EUA.

O primeiro, em 1565, aconteceu quando o explorador espanhol Pedro Menéndez de Avilé convidou membros da tribo Timucua para compartilhar uma refeição em St. Augustine, Flórida, após a realização de uma missa para agradecer sua chegada em segurança.

O segundo, em 1619, envolveu outros peregrinos britânicos, que chegaram a um local onde hoje fica o estado da Virginia, e leram uma proclamação designando a data – 4 de dezembro – “um dia de ‘thanksgiving’ ao Todo Poderoso Deus”.

Outros países

Por ser na realidade uma ocasião de agradecer a Deus pela colheita produtiva (ou outras graças alcançadas, em tempos modernos) através de um banquete ou de sacrifícios, o Dia de Ação de Graças também é celebrado em outros países, mesmo que de formas ou em datas diferentes.

A data também é comemorada, por exemplo, no Canadá, na segunda semana de outubro, em Granada, no dia 25 de outubro, e na Libéria, na primeira quinta-feira de novembro.

No Brasil, o presidente Eurico Gaspar Dutra instituiu, em 1949, a lei 781, o Dia Nacional de Ação de Graças, por sugestão de Joaquim Nabuco, que havia assistido à celebração em Washington, onde era embaixador, em 1909. A comemoração, no entanto, é mais restrita a famílias de origem norte-americana e algumas igrejas protestantes.

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