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Aleac debate recursos dentro da LDO para o curso de medicina da Ufac: “Pelo futuro da Saúde”

Por NANY DAMASCENO, DO CONTILNET

Fátima Passanha, coordenadora do curso de medicina da Ufac, falou da importância do curso para o estado/Foto: ContilNet

A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) debateu nesta quarta-feira (8), em audiência pública, a prioridade do atendimento na rede pública aos estudantes do curso de medicina. O debate contou com a presença de deputados, alunos, professores e a coordenadora do curso de medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Segundo o proponente, deputado Jenilson Leite (PSB), a audiência visa discutir a atual situação dos alunos da Ufac que enfrentam dificuldade de fazer o estágio obrigatório pela falta de preceptores.

O preceptor atua como um complemento dos profissionais, responsável por iniciar o estudante em aspectos práticos de sua profissão dentro de seu ambiente de trabalho.

“Em função dos problemas que o curso de medicina da Ufac vem enfrentando no campo prático que é o estágio, no Acre. Com o passar do tempo, os estudantes foram perdendo campo para esse estágio, sem tutores para receber estes alunos, em locais onde não apenas aprendem, mas também ajudam. Situação essencial nestes tempos em que vivemos, com déficit de profissionais. Nos últimos anos o Governo Federal vem diminuindo o orçamento da Universalidade, impactando diretamente na qualidade de ensino. Havia mais de 40 bolsas para preceptores, mas devido aos cortes temos apenas 16, atualmente”, analisa o deputado.

Jenilson explica que um anteprojeto de lei já foi enviado à Casa Civil para que viabilize a disponibilidade de vagas de internato para alunos de Medicina no sistema público de saúde.

“Apenas 16 profissionais não são suficientes para atender os acadêmicos, por isso estamos propondo destinar recursos para o pagamento de bolsas e assim atender as demandas da Universidade Federal do Acre”.

Fátima Passanha, coordenadora do curso de medicina da Ufac, falou da importância do curso para o estado.

“Somos um curso com a maioria dos alunos sendo acreana. Boa parte ficará no Acre após a formação. Estamos construindo o futuro da saúde no Acre”, destacou.

As bolsas disponibilizadas para os preceptores, que são os supervisores dos residentes, chegavam a 40, esse ano passaram para 10 – o que sobrecarrega os monitores. Segundo a coordenadora, é necessário maior investimento para garantir os investimentos, já que a Ufac é a única universidade pública do Acre. “A gente tem um corpo docente insuficiente para inserção dos alunos no estágio, por isso precisamos dos médicos. Tínhamos bolsas de estudo disponibilizadas pelo MEC, mas que foram drasticamente reduzidas e precisamos dessas bolsas para garantir espaço no campo de prática”.

Osvaldo Leal, professor do curso de medicina na Ufac, lembrou que a universidade fez a reforma curricular e atualmente está com sua primeira turma chegando ao internato, que aumentou com a reforma.

“Desde o início é um curso que propõe a inserção precoce desde o primeiro período na prática. É um curso com a carga teórica intensa, mas que estudante aprende com o seu preceptor desde o início”, justificou.

A universidade tem hoje 80 alunos com bolsas de pouco mais de 3 mil reais, somados um investimento de pouco mais de R$280 mil mensais. São estudantes que atuam para o Estado sem custo algum para os cofres públicos.

“Quando recebemos o aluno na rede pública estamos melhorando esses atendimentos sem custo. É um ganho grande, quando incentivamos os médicos a receberem os alunos, serem preceptores. Todos ganham”, destacou Osvaldo, que já foi secretário de Saúde do Estado.

O médico infectologista Thor Dantas, que também é professor da Ufac, reforçou que é importante que as unidades de saúde estejam preparadas para receber os alunos residentes.

“Muitas vezes, não podemos entrar com os alunos residentes porque a unidade de saúde não comporta. A maternidade, por exemplo, está pequena”, destacou.

O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) lembrou que apresentou uma emenda à Lei Orçamentária para 2022, garantindo 600 bolsas para preceptores.

“É um remanejamento dentro do Orçamento. Tenho conversado com os outros deputados e nós vamos aprovar na comissão. No próximo ano, aprovamos de novo. Assim, não fica na dependência da Secretaria de Saúde. Já vão estar garantida essas bolsas”, disse.

O deputado Roberto Duarte (MDB) destacou que o que está ao alcance dos parlamentares é a aprovação da emenda do colega Edvaldo, garantindo voto favorável. “Tem meu voto na comissão do orçamento e no plenário”.

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