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As criptomoedas e as relações comerciais entre China e Rússia: uma análise sobre o futuro da economia global

Por EZIO GAMA, PARA CONTILNET

Foto: Reprodução

Os Governos do mundo estão preocupados com a regulação das Criptomoedas, pois elas escapam do monopólio das nações e do controle estatal. Há uma forte acusação de um acordo para a criação de uma moeda digital entre a China e a Rússia, que serviria como base para as relações comerciais entre os dois países, a fim de desestabilizar o dólar. Hillary Clinton alardeou há poucos dias que as Criptomoedas e Algoritmos podem ser manipulados pela China e a Rússia contra os Estados Unidos, oferecendo risco e ameaça à estabilidade do país e aos mercados globais.

Diante das tensões e das disputas pela hegemonia política e econômica mundial, poderiam os dois países estar buscando alternativas para uma autonomia financeira frente ao Banco Mundial e a União Europeia? Uma aliança desse porte não só ameaçaria a hegemonia dos Estados Unidos – mesmo o dólar ainda sendo a moeda de reserva dos países – como alteraria o cenário do poder econômico mundial e as regras do jogo. Será o fim do dólar ou o estabelecimento de uma nova moeda central de ordem global? Não creio que o dólar desaparecerá, mas pode ficar enfraquecido, caso a Rússia e a China consigam criar uma moeda bilateral. Seria difícil para os Estados Unidos controlar a situação. Pode ser que o Banco Mundial tente reverter o jogo, criando uma moeda-base para todas as outras moedas digitais.

As Criptomoedas e os Blockchains – que são tecnologias com códigos criptografados, que garantem a segurança das transações com criptoativos – estão aumentando cada dia em volume de transações monetárias, causando bastante preocupação aos governos. Na Rússia, por exemplo, não existe uma legislação em seu Código Civil para as moedas digitais. Eles não aceitam Criptomoedas em pagamento local, mas autoriza a compra e venda apenas da moeda Bitcoin. Diferentemente da China, onde as instituições financeiras e regulatórias têm declarado uma aberta guerra anti-Criptomoedas. Por exemplo, o Banco Popular da China considera as transações em Criptomoedas ilegais no país.

Estamos diante de uma guerra híbrida em vários aspectos. Uma guerra econômica por um lado, e por outro, um anarco-capitalismo, ou poderia dizer que é um novo modelo econômico liberal, um cyberliberalismo. Muitos operadores de Criptomoedas estão animados por não ter seus ativos taxados e controlados pelos governos. Alguns mineradores estão migrando suas moedas para os países aonde há menos intenção de controle pelo Estado.

O mundo está mudando e seus sistemas passando por diversas transformações. É o emergir de uma nova era digital e o estabelecimento de uma nova ordem econômica mundial. Não é o fim do capitalismo, nem das economias, mas uma revolução tecnológica “mexendo no queijo” das potências, alterando as formas de poder e de controle. Mas, para a China, é como define a célebre frase do ex-presidente chinês Deng Xiaoping: “Não importa a cor do gato, contanto que ele cace o rato”.

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