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“Constrangida e revoltada”, diz vítima de gordofobia em ônibus

Por METRÓPOLES

Reprodução/ Arquivo Pessoal

A vida da assistente de Recursos Humanos Valeska Cavalcanti Macedo, 35 anos, teve uma reviravolta em 2019, quando ela foi constrangida em um transporte público do Distrito Federal. Ela foi vítima de gordofobia e decidiu não deixar a humilhação passar batido. Valeska processou a Viação Piracicabana e, com a decisão favorável da 5ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), vai receber R$ 12 mil de indenização.

“Sei que não vai mudar nada do que aconteceu, porque esse trauma e revolta vai continuar para sempre. Mas, pelo menos, é uma forma de mostrar para a sociedade e para as pessoas que sofrem com isso, que elas não devem aceitar esse tipo de tratamento de ninguém. Estou mais tranquila agora”, revelou Valeska ao Metrópoles.

Segundo a assistente, ao pegar um ônibus da Rodoviária do Plano Piloto para a Planaltina, junto do irmão, de 8 anos, pagou sua passagem e pediu para entrar pela porta traseira, pois possui um quadril muito largo, o que impossibilita sua passagem pela roleta. O cobrador, porém, não aceitou o pedido.

Constrangida, a moradora do Cruzeiro contou à reportagem que o motorista e o cobrador do ônibus riram e zombaram de sua situação, porque ela precisou viajar em pé, sem conseguir passar pela roleta. “Isso causou um transtorno muito grande para mim e para meu irmão pequeno, que até hoje lembra disso e chora”.

A Viação Piracicabana alegou que o pedido de abertura da porta só foi feito depois do ônibus deixar o terminal rodoviário. Diante disso, ela não pode passar pela porta de desembarque, porque não era seguro parar o veículo.

A Justiça destacou que os danos morais sofridos estão comprovados por uma reclamação realizada no Sistema de Ouvidoria do DF e por testemunho de outra passageira. “As provas definem que o não atendimento ao pedido da autora transbordou a mera negativa de pedido, conduta que se revelou abusiva, irônica e debochada dos funcionários da empresa dada a obesidade da autora”, concluiu.

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