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Em crise, ‘Jornal Nacional’ perde quase metade do público

Por EM OFF, IG

O Jornal Nacional, apresentado por William Bonner e Renata Vasconcellos, segue sendo o principal telejornal da televisão brasileira e uma das atrações mais assistidas da Rede Globo. No entanto, o jornalístico exibido em horário nobre tem vivido uma crise e visto sua abrangência, importância e, consecutivamente, sua audiência diminuir de forma irreversível ano após ano.

De acordo com o colunista Ricardo Feltrin, do portal UOL, o Jornal Nacional deve encerrar o ano de 2021 com sua pior média de audiência desde o início desse século. De acordo com o jornalista, o principal telejornal da emissora deve terminar o ano na casa dos 24,4 pontos de média no PNT (Painel Nacional de Televisão) e 37,7% de share, ou seja, a porcentagem de televisores ligados na atração.

Os dados do telejornal comandado por William Bonner são ainda piores se comparados aos anos anteriores. Em 2004, por exemplo, o Jornal Nacional marcou média de 41,4 pontos na audiência, com 63,3% de share – a cada 10 televisores, seis estavam sintonizados no jornalístico. Essa foi sua melhor marca desde a virada do século. Assim, em 20 anos, a atração perdeu 41% dos televisores ligados em todo o território nacional.

Apesar da queda vertiginosa na audiência nos últimos anos, o Jornal Nacional ainda assegura a liderança no horário para a Rede Globo. A Record TV, vice-líder no ibope, deve fechar o ano com uma média de 9,7 pontos e 15% de share em todo o Brasil. Cada ponto nessa medição, que abrange as 15 maiores regiões metropolitanas do país, vale por cerca de 270 mil domicílios.

Se em 2004 o Jornal Nacional viveu seu melhor momento na audiência, a Globo começou a se preocupar a partir de 2013. Nesse ano, a atração jornalística fechou a média anual abaixo dos 30 pontos pela primeira vez (28,4 pontos e 48,7% de share). 2015 foi o segundo pior ano para o JN, atrás apenas de 2021: 24,7 de média e 39,7% de share.

Repercussão

Apesar da audiência em queda, o Jornal Nacional ainda repercute nas redes sociais. Na semana passada, o JN virou piada após cometer uma gafe com a atriz Lilia Cabral. A produção errou o nome ao creditar a artista veterana contratada da Rede Globo. O principal programa jornalístico do canal carioca noticiava a morte da atriz Mila Moreiro no momento do erro.

Lilia, que era amiga da atriz, deu um depoimento para homenagear Mila no Jornal Nacional. Ao reproduzir a homenagem da atriz veterana, o programa jornalístico creditou erroneamente Lilia Cabral como “Lilia Teles de Janeiro”. O equívoco da produção provavelmente se deu devido ao fato de uma outra Lilia ter aparecido na mesma reportagem. Trata-se da jornalista Lilia Teles, que apareceu logo após o depoimento de Lilia Cabral, dando mais detalhes sobre a morte da atriz e modelo Mila Moreiro.

No mês passado, William Bonner e Renata Vasconcellos acabaram se emocionando por causa da exibição de uma reportagem em comemoração aos 25 anos do GloboNews e encerraram o Jornal Nacional chorando. “Em graus diferentes, estamos todos muito emocionados aqui. Então, cabe a mim dizer que logo mais…”, começou Bonner, mas ficou com a voz embargada. “A gente fica muito… Trabalho tudo e muita emoção”, completou Renata, dando a mão para o companheiro de bancada. “Parabéns pela parte que lhe cabe nisso”, acrescentou o jornalista.

Jornal Nacional foi perdendo pontos na média e share ano após ano. Confira:

2001 – 38,5 e 63,3%
2002 – 38,9 e 61,8%
2003 – 38,9 e 62,5%
2004 – 41,9 e 67,1%
2005 – 37,9 e 59,7%
2006 – 37,6 e 58,5%
2007 – 34,9 e 57,5%
2008 – 34,0 e 55,7%
2009 – 33,1 e 54,5%
2010 – 30,7 e 52,3%
2011 – 32,7 e 54,9%
2012 – 30,9 e 53,5%
2013 – 28,4 e 48,7%
2014 – 25,5 e 43,6%
2015 – 24,7 e 39,7%
2016 – 27,7 e 42,1%
2017 – 29,3 e 43,9%
2018 – 29,2 e 44,2%
2019 – 28,0 e 43,1%
2020 – 27,8 e 42,0%
2021 – 24,4 e 37,7%

 

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