Federação entre PT, PSB e PCdoB pode colocar Jenilson Leite como candidato de Lula ao Governo do Acre

Federação

Pra quem não sabe o que é, ou não lembra, a proposta da federação foi aprovada pelo Congresso Nacional em setembro deste ano, onde permite que dois ou mais partidos formem uma federação para atuar de forma conjunta, por quatro anos, nas esferas municipal, estadual e federal. Mas para valer, os partidos precisam aprovar a união. Vale ressaltar que a proposta é diferente de uma fusão, que é permanente, como aconteceu recentemente com o DEM e PSL, que vão formar o União Brasil.

Quase certo

Uma frente ampla de partidos do campo progressista está caminhando a passos largos para juntar três das maiores siglas de esquerda do país em uma única federação: PT, PSB e PCdoB. As siglas, que junto com o Psol (que não fará parte do bloco), dominam a militância de esquerda no país, devem marchar juntas nas eleições do ano que vem.

Contraponto

A união dos partidos surge justamente como um contraponto ao União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, e que já pode ser considerado o maior partido de direita do Brasil. Além, é claro, de garantir um palanque mais sólido para Lula nos estados e a possibilidade de eleger uma bancada forte na Câmara.

Acre

O resultado dessa federação para o cenário acreano é que aqui no estado, só um candidato, de um desses três partidos, poderá disputar o Governo. O fato é que no PSB o nome do deputado Jenilson Leite já está posto, e no PT, paira a dúvida se o ex-senador Jorge Viana vem para o Governo ou Senado. Já o PCdoB só deve apresentar nomes para a disputa proporcional. Como a tendência de JV disputar o Senado é muito maior do que tentar o Governo, uma dobradinha entre Jenilson e Jorge começa a se desenhar.

Lula

Além da clareada que essa federação pode dar no cenário eleitoral do Acre, ela também coloca, teoricamente, Jenilson como o candidato de Lula ao Governo do Acre.

Futuro

O deputado socialista disse à coluna que, por enquanto, não quer colocar a carroça na frente dos bois. “Olho para a frente ampla como uma maneira importante de se fazer a luta política/eleitoral de 2022. Porém, vamos esperar as definições finais, que estão acontecendo em Brasília. Há muitos pontos a serem discutidos e vencidos ainda”, afirmou.

Pode mudar

Porém, como as federações atuarão como um único partido, elas podem se coligar a outras legendas para as disputas majoritárias. Ou seja, ela não garante que os candidatos ao Governo e ao Senado sejam da mesma federação ou partido. Se o bloco decidir que só terá candidatura ao Senado e se coligará a um outro nome, de outra agremiação, para disputar o Governo, a candidatura do socialista pode cair.

Proporcionais

Para a disputa proporcional, a federação dá um nó em quem já vinha construindo chapas. Isso porque, como atuarão como um único partido, a federação só poderá ter 9 candidatos em uma chapa para a Câmara Federal e 25 para a Aleac, como qualquer outra sigla. A briga pode ficar feia na disputa pelas vagas.

Aprovação socialista

No PSB, a união já teve a aprovação da bancada federal do partido. No último dia 1, em Brasília, os 25 deputados da sigla se reuniram com o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, e deram apoio à federalização com outros partidos progressistas. Só um deputado socialista votou contra.

Comunistas também aprovam

No PCdoB, maior interessado na formação de uma federação, já que com a união poderá ultrapassar a cláusula de barreira, a aprovação também é uma realidade. É no ninho comunista onde se aguarda com mais ansiedade a batida do martelo.

Pode crescer

Inclusive, um dirigente nacional do PCdoB disse à coluna que a federação pode ganhar ainda mais partidos. Segundo ele, “outros partidos também farão parte dessa federação”. Só não entregou o jogo de quem são.

PT

No PT, a tendência também é que a federação decole, apesar de enfrentar alguma resistência. “Ainda há muita resistência nos estados. Isso afeta diretamente no percentual de representação do PT e na possibilidade de ocupar mais vagas na Câmara Federal. Mas na minha opinião, deve passar”, me confessou um dirigente petista.

Fator Alckmin

Outro fato importante que mexe diretamente com a formação da federação é a figura do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. De saída do PSDB, o ex-governador do maior estado do país andou flertando com o PSD de Kassab e mais recentemente com o PSB. A ida para o PSB, facilitaria do ponto de vista ideológico a confirmação de Alckmin para a vaga de vice de Lula na chapa presidencial do próximo ano. Porém, o PSB quer condicionar a ida de Alckmin para a composição da chapa ao apoio do PT (ou mesmo a retirada de candidaturas) em estados estratégicos para o partido, entre eles o Acre. Para não ficar “amarrado” nas mãos dos socialistas, Lula já costurou um plano B: a ida de Alckmin para o Solidariedade, de Paulinho da Força. Mas o mais provável é Alckmin vá mesmo para o PSB, mas só deve se filiar após a confusão se resolver. Ele não quer que seu nome sirva de barganha ou chantagem.

Sob nova direção

Foi anunciado hoje pelo governador Gladson Cameli (PP) que quem vai assumir a Secretaria Estadual de Comunicação é a jornalista Nayara Lessa. A jornalista, que já atua na secretaria em funções estratégicas desde o início da gestão do governador, deve ser nomeada na próxima segunda-feira (13). Ela assume no lugar de Rutemberg Crispim, que pediu exoneração do cargo no último dia 2.

Abono

O projeto do abono para os trabalhadores da Educação estadual chegou na Aleac hoje. O governador Gladson Cameli foi entregar pessoalmente ao presidente da Casa, o deputado Nicolau Jr. a matéria governamental, que pede a autorização para pagar um abono total de R$ 161 milhões, divididos entre os quase quinze mil servidores da pasta.

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