Após resistir inicialmente, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse a aliados ter topado a “missão” dada pelo presidente Jair Bolsonaro para disputar o governo de São Paulo nas eleições de 2022. Segundo pessoas próximas, o ministro já até definiu o perfil para sua vice.
Aliados dizem que um dos fatores que animaram Tarcísio para a candidatura foi a sinalização cada vez mais forte do ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) de que deve abandonar a disputa ao governo paulista para ser candidato a vice-presidente na chapa de Lula (PT).
Hoje, Alckmin lidera as pesquisas ao Palácio dos Bandeirantes. Datafolha divulgada no sábado (18/12) apontou o ex-governador em primeiro lugar, com 28% das intenções de voto. Em seguida, aparecem Fernando Haddad (PT), com 19%, e Márcio França (PSB), com 13%. Tarcísio ficou em quinto, com 5%.
Sem Alckmin, a avaliação no entorno do ministro é de que ele pode “roubar” votos que iriam para o ex-governador. A ideia será tentar se apresentar como uma “terceira via” para furar a polarização entre Haddad e Rodrigo Garcia (PSDB), nome do governador João Doria na disputa ao governo paulista.
Perfil de vice
Animado, Tarcísio de Freitas já discute a formação de sua chapa. Para o Senado, o nome deve ser o do ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf. Já para vice-governador, o ministro ainda não escolheu o nome, mas já sabe o perfil que procura: alguém ligado à área da saúde e, de preferência, uma mulher.
A avaliação de aliados de Tarcísio é de que ele precisa de um perfil complementar ao seu, de “realizador de obras”. O grupo acredita que o discurso na área da segurança pública já estará “contemplado” pelo apoio que receberá de Bolsonaro. Skaf, por sua vez, somaria a interlocução com o empresariado.