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Um mês em greve, médicos decidem manter paralisação nas unidades de saúde de Rio Branco

Por RENATO MENEZES, PARA CONTILNET

Presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici. Foto: Renato Menezes/Arquivo ContilNet.

“De forma unânime, todos optaram por paralisar por tempo indeterminado. Não tivemos nenhuma proposta formal da Prefeitura nesse período”, disse o presidente do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed/AC) Guilherme Pulici, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (08), ao anunciar o prosseguimento da greve dos médicos efetivos e provisórios em Rio Branco.

Ainda de acordo com Pulici, não houve nenhum documento protocolado ou chamamento para negociação por parte da Prefeitura. Além disto, ele complementou que a categoria quer apenas que as gratificações, que já são pagas, sejam incorporadas ao salário-base, que é de R$1.8 mil, para que o profissional possa contar com os recursos em situação de aposentadoria e situação de invalidez.

“O que nós queremos é sentar (para conversar) este ano e ‘amarrar’ para o ano que vem. Esse discurso da gestão municipal (de que não podem negociar em 2021) já venceu”.

A partir da próxima segunda-feira (13), o Sindicato entra na segunda etapa da greve com 20% dos profissionais parados por tempo indeterminado. “Vamos exercer nosso direito de paralisação considerando que vários profissionais estão insatisfeitos e que tem demonstrado a vontade de deixar o trabalho da Prefeitura definitivamente”.

O representante do Sindmed-AC disse ainda que ficou impressionado com a quantidade de médicos que têm interesse em abandonar, de forma definitiva, os postos de serviço. “A greve foi uma saída intermediária, porque se nós pedíssemos demissão coletiva, não contaríamos com esses profissionais e aí não teria nem os 10% porque é um direito do profissional pedir demissão”.

“Greve é uma situação desgastante, cansativa, não só para a população e para o governo, mas para nós também. Mas não podemos abrir mão desse direito. Se os profissionais estão insatisfeitos ao ponto de pedir demissão, é porque é a última tentativa nossa. Queremos uma saída intermediária. Queremos segurar bons profissionais para atrair médicos com formação qualificada, e não vamos conseguir isso se tivermos uma remuneração pouco significativa”, falou.

Sobre a logística da greve, Pulici pontuou que seguirá da forma como já vem acontecendo: intercalando as unidades de acordo com a carga-horária dos profissionais.

“Cada profissional tem uma carga horária diferente nas unidades. Para conseguirmos cumprir a porcentagem da greve, muitas vezes não contamos com os mesmos profissionais todos os dias. Não dá para fazer uma escala fixa, mas estamos avisando à imprensa com antecedência para que as pessoas possam saber (quais unidades estarão em greve), causando menos transtornos”.

 

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